O presidente da plataforma cidadã Hazteoir.org, Ignacio Arsuaga, denunciou que Google, mudando a política que vem aplicando em outros países, decidiu permitir a propaganda de clínicas abortistas na Espanha logo depois da entrada em vigor da nova lei que permite esta prática infanticida até a semana 14 da gravidez. Em uma carta aberta à filial de Google na Espanha se recorda que o aborto segue sendo um delito e não deve ser promovido.

No texto Arsuaga assinala que com esta decisão, Google, "sinceramente, decepcionou-nos por vários motivos".

Juridicamente, explica, "o aborto segue sendo um delito, despenalizado em determinados casos, a partir da semana 14 de gravidez. O aborto segue tipificado no código penal espanhol, com penas de cárcere para o empresário ou profissional que o cometa fora dos casos de despenalização".

Portanto, prossegue, "se não for impedida a publicação de anúncios de empresas autorizadas a cometer abortos a partir da semana 14, Google anunciará e promoverá a prática de delitos, ainda nos casos em que esse delito não tenha adjunta a pena correspondente. A lei cuja aplicação se alega como base da decisão de modificar as políticas do Google foi recorrida ao Tribunal Constitucional, que ainda não emitiu Sentença".

A plataforma acrescenta que "é muito possível que a lei do aborto seja declarada inconstitucional. Parece-nos uma imprudência que Google tenha modificado suas políticas antes de conhecer a Sentença que dirima a compatibilidade da lei do aborto com a Constituição espanhola (que em seu artigo 15 consagra o direito à vida) e, em caso de ser declarada inconstitucional, determine sua nulidade de pleno direito".

Arsuaga afirma logo que "a decisão de admitir a publicação de anúncios de empresas abortistas na Espanha nos parece incompatível com a política que Google aplica em países como a Alemanha ou França, pela qual se impede nestes países o anúncio de páginas Web que promovam ‘serviços de aborto’. A legislação sobre o aborto em ambos os países é essencialmente idêntica à que foi recentemente aprovada na Espanha, combinando o modelo de prazos (o aborto fica despenalizado nas 12 primeiras semanas de gestação) com o modelo de indicações até a semana 22 da gravidez".

Por esta razão a HO adverte que, "com uma normativa equivalente, as empresas abortistas alemãs e francesas não podem anunciar no Google, enquanto que os estabelecimentos abortistas espanhóis sim poderão multiplicar seu negócio graças aos anúncios no Google".

"Google não chega a considerar a tragédia que supõe o aborto, que implica, por uma parte, a morte cruel e violenta de um ser vivo da espécie humana e, por outra, um terrível drama para a mulher que o sofre".

Com esta decisão, conclui, "Google se beneficia economicamente de uma indústria multimilionária, que tornou ricos um grupo de empresários que apoiaram seu modelo de negócio em acabar com a vida de seres humanos inocentes e em ocultar às suas clientes as conseqüências físicas e psíquicas do aborto que querem cometer".