O preso político da Primavera Negra, Efrén Fernández, membro do Movimento Cristão Liberação, mantém há três dias uma greve de fome como protesta por seu traslado de volta à prisão enquanto ainda estava recebendo tratamento médico, conforme informou esta terça-feira em sua página web o líder do mencionado movimento, Oswaldo Payá.

Segundo o opositor cubano, o motivo da greve que mantém Efrén Fernández em uma prisão de Havana, onde está encarcerado, é pedir "melhor trato ao seu delicado estado de saúde".

De acordo com o breve comunicado, Fernández "esteve hospitalizado desde o dia 13 de junho por lesões bacterianas na pele e um trombo no intestino e mesmo estando doente, transladaram-no a uma cela da prisão onde há muita umidade e não pode seguir o tratamento médico".

Efrén Fernández, de 47 anos, é um dos 75 intelectuais, jornalistas e opositores que o regime cubano deteve durante a onda repressiva da Primavera Negra em março de 2003. Do mesmo modo, estaria incluído entre os 52 reclusos que seguiam na prisão –que agora são 41– e que o Governo do Raúl Castro se comprometeu a liberar nas próximas semanas no contexto do diálogo que mantém com a Arquidiocese de Havana.

Este dissidente foi condenado a doze anos da prisão por violar o artigo 91 do Código Penal que estipula que "quem, em interesse de um Estado estrangeiro, execute um fato com o propósito de que sofra detrimento a independência do Estado cubano ou a integridade de seu território, incorre em sanção de privação de liberdade de dez a vinte anos ou morte".