O Arcebispo de Valência, Dom Carlos Osoro, dedica sua carta desta semana a alentar os fiéis à defesa da vida "como uma exigência social", ante o "momento crucial" que significa a nova lei do aborto na Espanha, informou a Arquidiocese.

Depois de descrever em sua carta como "no fundo das legislações que apresentam a vida como uma ameaça pode apreciar-se, em alguns casos, um forte egoísmo, e em outros, a dúvida sobre o valor da vida humana e o medo do seu futuro", Dom Osoro sublinha que o mandamento do Senhor "não matarás" é o "ponto de partida de um caminho de verdadeira liberdade". Por outro lado, "entrar por outros caminhos sempre leva à escravidão", precisa o arcebispo. 

Segundo o Prelado, "defender a vida e promovê-la não é somente uma exigência pessoal, mas também social" e por isso, convida a trabalhar "pela cultura da vida em um tempo histórico que, certamente, está marcado por múltiplos sinais de morte".

Em referência à lei do aborto na Espanha, o prelado sustenta que se trata de "um momento crucial para que todos os cristãos recordem a responsabilidade que têm em relação à vida". "A cultura da morte nada tem conosco", insiste Osoro, que acrescenta que os cristãos "devem ser vistos e distinguidos sempre como um povo que é promotor da vida".

Cultura da vida, "sem medos"

Além disso, a cultura da vida deve ser promovida sem medos nem complexos, segundo Dom Osoro, que recorda que "anunciar o Evangelho é anunciar a Vida que é o mesmo Jesus Cristo". "Não tenhamos medo de realizar este anuncio em um momento da história, no qual se discute a vida em si mesma", recomenda o Prelado, que exortou também a "não temer a hostilidade e inclusive a impopularidade", diz.

Para o Arcebispo de Valência, "devemos estar no mundo, mas não com a mentalidade que vem do mundo, a não ser com a mentalidade e a força que nos vem de Jesus Cristo".

Ao final de sua carta, intitulada "A Igreja, povo da vida e para a vida", Dom Carlos Osoro expressa sua convicção de que "a força do amor sempre vence o mal e a morte" e convida os cristãos a "reconhecerem em cada ser humano a glória de Deus, pois é um ícone de Deus mesmo tal e como nos foi revelado por Nosso Senhor Jesus Cristo".