Em uma nota explicativa com data de hoje e enviada desde Roma, o Pe. Luis Garza Medina negou recentes afirmações de imprensa segundo as quais ele teria assinalado que o Pe. Álvaro Corcuera, Diretor Geral dos Legionários de Cristo, conhecia a dupla vida do fundador da congregação, Marcial Maciel.

A nota aparece logo depois de que fora difundido através do programa radial MVS um áudio gravado em uma conferência do Pe. Garza a um grupo de consagradas do movimento Regnum Christi –o ramo laical dos legionários– segundo o qual o sacerdote teria explicado às presentes naquela ocasião em 2008 as más condutas de Marcial Maciel.

Sobre este assunto, o comunicado assinado pelo Pe. Garza assinala que "ontem, terça-feira 13 de julho, várias páginas web de jornais mexicanos publicaram notas em referências a uma gravação de uma reunião privada que eu sustentei no mês de setembro de 2009. Esta gravação foi difundida ontem no noticiário do MVS com numerosos cortes e comentários que, em parte, transtornavam o sentido de minhas palavras".

"Por este meio –prossegue– me permito esclarecer, no momento, só duas das afirmações principais que se apresentaram em várias páginas, retomando para este efeito, a formulação de um artigo publicado no portal do periódico Reforma. O artigo diz: ‘Luis Garza Medina, vigário dos Legionários de Cristo, afirmou que a cúpula da congregação optou por ocultar os abusos de Marcial Maciel’. Esta afirmação não corresponde nem aos fatos nem ao que eu disse. Nem o Pe. Álvaro Corcuera, LC, diretor geral da congregação, nem um servidor ou outros superiores da congregação, ocultamos ou pretendemos ocultar as condutas que fomos descobrindo paulatinamente depois que o Pe. Marcial Maciel renunciara ao seu cargo de diretor geral".

O texto assinala logo que "entretanto, como o expressamos em diversos foros, tomou tempo conhecer de maneira completa e examinar, na medida do possível, a veracidade das acusações contra nosso fundador. A partir do verão 2008 e já com certeza suficiente dos fatos informa-se gradualmente e de maneira pessoal aos superiores da congregação e aos membros religiosos da Legião de Cristo, os consagrados, consagradas e demais membros do Movimento Regnum Christi presentes em 22 países e, finalmente, aos meios de comunicação e à sociedade, expressando nossa profunda dor por esses fatos gravemente reprováveis".

O comunicado refere logo que a nota do jornal Reforma diz que "(O Pe. Luis Garza) admitiu que ao menos três membros da diretiva dos Legionários sabiam das condutas de Maciel e preferiram as ocultar e não atuar para impedir que continuassem’. Também esta afirmação é incorreta. Ante a pergunta se havia membros da congregação que sabiam dos comportamentos ocultos de nosso fundador, eu mencionei o caso de três sacerdotes maiores que depois da morte de nosso fundador comentaram que tinham conhecimento de alguns dos fatos, referindo que um deles explicou que não fez uma denúncia porque não tinha modo de demonstrar o que tinha conhecido e porque o Pe. Maciel, por sua autoridade como fundador e diretor geral, tinha sido idealizado por muitos".

Seguidamente reitera que "nenhum dos superiores atuais tinha provas dos comportamentos agora conhecidos de nosso fundador e muito menos os consentiu. Além disso, como diz nosso comunicado do último 25 de março: ‘Se resultasse que houve alguma colaboração culposa, atuaremos segundo os princípios da justiça e caridade cristãs responsabilizando estas pessoas por seus feitos’".

Finalmente o Pe. Garza expressa sua confiança em que "os meios de comunicação que fizeram referência a esta gravação desejam informar a verdade dos fatos a seus leitores. Portanto, agradecerei que possam colocar o conteúdo desta nota no lugar e posição que corresponda para esclarecer afirmações que assinalo nos parágrafos anteriores".