A agência católica argentina AICA informou que os bispos argentinos de todo o país dedicaram suas tradicionais reflexões no Te Deum de 9 de Julho (Dia da Independência) a defender a família e advertir as graves conseqüências que a aprovação do projeto de lei sobre "matrimônio" entre pessoas do mesmo sexo suporta para o futuro da sociedade argentina.

Ante a votação no Senado prevista para a quarta-feira, Dom Eduardo María Taussig, Bispo de San Rafael, pediu durante o Te Deum aos senadores "que escutem o clamor da imensa maioria do povo argentino que, não tendo sido consultado nas plataformas eleitorais prévias sobre este ponto, manifestou tão veemente, pronta e generalizadamente seu parecer. Peço também àqueles senadores que possam ver-se pressionados sem nobreza em suas convicções por métodos que corroem a autêntica democracia -como podem ser as ameaças ou intimidações, os subornos encobertos ou as tentações de ausentar-se ou de ‘acomodar-se’ no último momento- que honrem sua consciência e a confiança que depositamos os cidadãos ao escolhê-los com nosso voto".

Por sua parte, Dom Carlos María Franzini, Bispo de Rafaela, rezou "para que nossos representantes sejam fiéis ao mandato de seus eleitores e às propostas anunciadas em seus programas eleitorais, ocupando-se dos reais problemas de nossa sociedade, sem trazer planos ‘importados’ alheios à nossa idiossincrasia e à nossa melhor tradição cultural".

Dom Eduardo Eliseo Martín, Bispo de Villa de la Concepción del Río Cuarto, "Temos que afirmar com toda claridade que, segundo o intuito criador de Deus, não há outra forma de ser humano que ser homem e mulher. Que o matrimônio não pode ser objeto de votação parlamentaria, quanto à sua essência, pois é uma realidade que vem da criação e não de um consenso. Sempre se é homem como varão ou mulher. As demais formas são de algum modo, separações do natural".

O Bispo de Nueve de Julio, Dom Martín del Elizalde, considerou que "a situação de nossa sociedade causa a muitíssimos setores legítima e fundada preocupação" e citou "a condição da família que é atacada pelos voluntarismos que contrariam a mesma lei da natureza -como na proposta do mal chamado ‘matrimônio’ entre pessoas do mesmo sexo- , a pobreza de muitíssimos lares que procede das metas e o estilo de gestão que tomou a economia e que já não se discute".

Dom Roberto Rodríguez, Bispo de La Rioja, assinalou que "o dia 9 de Julho nos chega em meio de uma guerra (por tratarem o “matrimônio” homossexual) no Congresso, além da ausência da Presidenta no Te Deum de Tucumã. Há um rechaço claro à Igreja porque não se diz a verdade, espero que se solucionem estes desencontros. Os islâmicos, os evangélicos, os hebreus, estão contra o projeto, mas ninguém faz aparecer isso e os meios se rendem a esta situação. Deve-se procurar através das bases os caminhos de encontro, que já estão traçados".