O Arcebispo de Buenos Aires e Primaz da Argentina, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, advertiu que, se for aprovado, o projeto de lei para permitir "o matrimônio" entre pessoas do mesmo sexo "pode ferir gravemente a família".

"Escrevo estas linhas a cada uma de vocês que estão nos quatro mosteiros de Buenos Aires. O povo argentino deverá confrontar, nas próximas semanas, uma situação cujo resultado pode ferir gravemente a família. Trata-se do projeto de lei sobre matrimônio de pessoas do mesmo sexo", explicou o arcebispo em uma carta dirigida às freiras carmelitas de Buenos Aires.

O Cardeal sustentou que "está em jogo a identidade, e a sobrevivência da família: pai, mãe e filhos. Está em jogo a vida de tantas crianças que serão discriminadas de antemão privando-as do amadurecimento humano que Deus quis se desse com um pai e uma mãe. Está em jogo um rechaço frontal à lei de Deus, gravada ademais em nossos corações".

"Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é a pretensão destrutiva ao plano de Deus. Não se trata de um mero projeto legislativo (este é só o instrumento) mas sim se trata de uma 'movimento' do pai da mentira que pretende confundir e enganar aos filhos de Deus", alertou.

Do mesmo modo, considerou que "hoje a Pátria, ante esta situação, necessita da assistência especial do Espírito Santo que ponha a luz da Verdade em meio das trevas do engano; necessita deste Advogado que nos defenda do encantamento de tantos sofismas com que se busca justificar este projeto de lei, e que confundem e enganam pessoas de boa vontade".

O Cardeal Bergoglio explicou que recorreu a essas religiosas para "pedir oração e sacrifício, as duas armas invencíveis que confessava ter Santa Teresinha. Clamem ao Senhor para que envie seu Espírito aos senadores que têm que dar seu voto. Que não o façam movidos pelo engano ou por situações de conjuntura mas ser segundo o que a lei natural e a lei de Deus assinala. Peçam por eles, por suas famílias; que o Senhor os visite, os fortaleça e console. Peçam para que eles façam um grande bem à Pátria".

"O projeto de lei será tratado no Senado depois do 13 de julho. Olhemos para São José, Maria, e o Menino e peçamos com ardor que eles defendam a família argentina neste momento. Recordemos o que Deus mesmo disse a seu povo em um momento de muita angústia: ‘esta guerra não é sua mas sim de Deus’. Que eles nos socorram, defendam e acompanhem nesta guerra de Deus", concluiu.