O Arcebispo de La Plata (Argentina), Dom Héctor Aguer, criticou aqueles políticos que se declaram católicos mas que aprovam leis que vão contra a dignidade humana, como o aborto e as uniões homossexuais, porque se rendem diante de “interesses subalternos” e não defendem os valores e princípios que dizem professar.

No meio do debate sobre as uniões homossexuais –que já foi passada pelos deputados-, o Prelado disse que “falar de políticos cristãos resulta patético nos dias que correm; pensar neles suscita sentimentos de profunda pena e até de legítima, embora contida, indignação”.

Dom Aguer indicou que há “políticos que se declaram católicos e que possivelmente subjetivamente estão convencidos de que o são”, mas que “se dispõem a votar leis iníquas que menosprezam a dignidade da pessoa humana e sua autêntica liberdade ou alteram as estruturas naturais da família e a vida social”.

Estes políticos, assinalou, votam por tais leis “movidos por interesses subalternos, alguns deles inconfessáveis, por disciplina partidária ou obediência devida, por sua desordenada afeição ao politicamente correto, por confusão intelectual e moral”.

Diante disto, Dom Aguer recordou que “o magistério da Igreja chama coerência eucarística o testemunho público da própria fé, que vale sobre tudo, com uma importância particular, para aqueles que pela posição social ou política que ocupam, devem tomar decisões sobre valores fundamentais”.

O Prelado chamou à coerência e para isso recordou os quatro valores que o Papa Bento XVI assinala que são inegociáveis. “O respeito e a defesa da vida humana desde sua concepção até seu fim natural, a família fundada no matrimônio entre homem e mulher, a liberdade de educação dos filhos e a promoção do bem comum em todas suas formas”.

Como dizia o Papa, não podemos dar por descontado que exista a fé, sobre tudo em um país como o nosso, onde o que chamam de fé tem, para a maioria, tão pouco a ver com a Eucaristia”, expressou.