O Papa Bento XVI dedicou sua habitual catequese das quartas-feiras a São José Cafasso e assinalou que este santo italiano foi um modelo de diretor espiritual que contribuiu a reforçar a figura de sacerdote como “verdadeiro pastor com uma rica vida interior e uma profunda entrega na atenção pastoral”.

O Santo Padre recordou que há poucos dias atrás se celebrou o 150 aniversário do falecimento do Pe. Cafasso (1811-1860), quem durante 25 anos foi diretor espiritual de São João Bosco e se esforçou por difundir uma figura sacerdotal “fiel na oração, comprometido na predicação, na catequese, atento à celebração da Eucaristia e ao ministério da Confissão, seguindo o modelo encarnado por São Carlos Borromeu e São Francisco de Sales e promovido pelo Concílio de Trento".

"São José Cafasso tentou realizar este modelo na formação dos jovens sacerdotes para que eles, à sua vez, se convertessem em formadores de outros presbíteros, religiosos e leigos, seguindo uma cadeia tão especial como eficaz", indicou.

São José estudou filosofia e teologia e quatro meses depois de ser ordenado sacerdote, em 1833 ingressou no Convictorio Eclesiástico "São Francisco de Assis" de Turim para aperfeiçoar-se na pastoral.

O santo dedicava muitas horas à Confissão, "amava de forma total ao Senhor, tinha uma fé bem enraizada, sustentada por uma oração profunda e prolongada e vivia uma caridade sincera com todos. Conhecia a teologia moral, mas também conhecia muito bem as situações e o coração das pessoas, de cujo bem se encarregava, como o bom pastor".

Recordando que São João Bosco o teve como diretor espiritual de 1835 a 1860, Bento XVI precisou que São José Cafasso não quis nunca fazer de São João Bosco "um discípulo à sua imagem e semelhança", e este à sua vez não copiou nunca o seu professor. "Imitou-o nas virtudes humanas e sacerdotais, definindo-o modelo de vida sacerdotal, mas seguiu suas atitudes pessoais e sua vocação própria. Este é um ensino fundamental para todos os que se dedicam à formação e à educação das gerações jovens".

Outro elemento que caracterizou o ministério de São José Cafasso foi "a atenção pelos últimos, em particular pelos presos que viviam em lugares desumanos e desumanizadores".

Se ao princípio o santo recorria em seus sermões aos encarcerados a "grandes predicações às quais assistia freqüentemente toda a população carcerária, com o passar do tempo privilegiou a catequese mais direta, realizada nos encontros e conversas pessoais. Respeitoso das vivências de cada um, confrontava os grandes temas da vida cristã, falando da confiança em Deus, da adesão a sua vontade, da utilidade da oração e dos sacramentos, cujo ponto de chegada é a Confissão, o encontro com Deus que se faz misericórdia infinita”, acrescentou.

São José Cafasso “morreu em 1860. Em 1948 o Papa Pio XII o proclamou padroeiro dos cárceres italianos e em 1950 o propôs como modelo para os sacerdotes entregues à Confissão e à direção espiritual".