O porta voz da Arquidiocese da capital mexicana, Pe. Hugo Valdemar, disse que se a Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) decidir permitir a adoção de menores por parte dos casais homossexuais, a Igreja respeitará a sentença como respeita as leis; mas seguirá condenando um ato que embora seja legal, não é moral.

"Somos respeitosos, embora não coincidamos com os pontos de vista morais. Estamos em um país laico e aí entra o trabalho da Igreja de conscientizar os fiéis sobre os valores. Fazemos trabalho de evangelização", expressou o sacerdote à imprensa local.

O sacerdote recordou que as crianças têm direito a serem criadas em um lar composto por um pai e uma mãe para garantir a elas um desenvolvimento integral. Entretanto, reconheceu que o mais provável é que a SCJN ratifique a lei dada pela Assembléia Legislativa do Distrito Federal.

"Em realidade tínhamos claridade que não ia ser tão fácil poder argumentar (sobre a adoção de menores por casais do mesmo sexo) e não somos iludidos, é uma discussão difícil e acreditam que a decisão dos ministros será pouco propensa ao que queremos nós", assinalou.

O Pe. Valdemar indicou que "seria lamentável que em determinado momento os ministros ratifiquem essa lei, a qual vemos com preocupação pelo impacto que pode ter nas crianças".

Como se recorda, a Procuradoria Geral da República apresentou uma demanda de inconstitucionalidade ante a SCJN para anular esta reforma aprovada na capital do México. Entretanto, o membro deste tribunal, Sergio Valls, apresentou um projeto de lei que será debatido no 1º de julho e que permite a adoção de crianças por parte dos casais homossexuais.

Segundo Valls, a Constituição protege todos os modelos de família e não só aquele que está integrado por um pai, uma mãe e filhos.