Ao abençoar esta manhã a grande estátua Mariana "Salus populi romani" (que olha para Roma), o Papa Bento XVI recordou, citando o lema de Dom Orione, que só a caridade que expressa o amor de Deus salvará o mundo.

O Santo Padre chegou ao Centro Dom Orione de Roma-monte Mário para benzer a grande estatua de Maria, logo depois de sua restauração e colocação no alto da colina que domina a cidade eterna. A grande estatua da Virgem, de 9 metros de altura, desprendeu-se de seu pedestal de 19 metros depois de um forte temporal em 12 de outubro de 2009. A queda impressionou muito as autoridades e habitantes da capital, muito devotos da Virgem sob essa invocação pediram que a imagem voltasse para seu lugar o antes possível.

O Papa chegou ao Centro Dom Orione às 10:30 (hora local) e depois de cumprimentar o Cardeal Agostino Vallini, Vigário de Roma, os bispos presentes e o prefeito Gianni Alemanno, pronunciou um breve discurso.

"Esta estátua –disse o Papa– recorda os acontecimentos dramáticos e providenciais escritos na história e na consciência da cidade. Foi colocada na colina do Monte Mário em 1953 para cumprir um voto popular pronunciado durante a Segunda guerra mundial, quando as hostilidades e as armas faziam temer pela sorte de Roma".

Das obras romanas de Dom Orione, o santo fundador da Pequena Obra da Divina Providência, "partiu então a iniciativa de recolher assinaturas para um voto à Virgem na qual participaram um milhão de cidadãos. O venerável Pio XII se fez eco da devota iniciativa do povo que se confiava a Maria e o voto foi pronunciado em 4 de junho de 1944, em frente à imagem da Virgem do Divino Amor. Esse mesmo dia teve lugar a liberação pacífica de Roma", explicou o Papa.

"Em seu voto a Nossa Senhora, os romanos além de prometer orações e devoção, comprometeram-se também em obras de caridade", recordou o Pontífice, citando a seguir o lema de Dom Orione: "Só a caridade salvará ao mundo".

O fundador da Pequena Obra da Divina Providência "viveu de forma lúcida e apaixonada a tarefa da Igreja de viver o amor para fazer entrar no mundo a luz de Deus" e "deixou essa missão a seus discípulos como caminho espiritual e apostólico, convencido de que a caridade abre os olhos à fé e acende os corações de amor por Deus", acrescentou o Santo Padre.

Bento XVI concluiu seu discurso animando a prosseguir "o caminho carismático" que Dom Orione iniciou, "porque como dizia: ‘a caridade é a melhor apologia da fé católica, a caridade arrasta, move, leva à fé e à esperança’. As obras de caridade, seja como atos pessoais que como serviço às pessoas débeis oferecidos nas grandes instituições, não podem reduzir-se nunca a um gesto filantrópico, mas devem ser sempre uma expressão tangível do amor providencial de Deus".