O Presidente da Conferência Episcopal de Cuba, Dom Dionisio García, confiou esta segunda-feira que se produzam novas liberações de presos políticos depois da visita à ilha do Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, que serve para reforçar o diálogo entre a Igreja e o Governo.

"Todos esperamos que continuem as liberações e outras medidas a respeito das pessoas, os que estão doentes. Todo esse grupo de pessoas que se chamam presos políticos e não têm atos de violência que possam sair", disse Dom García à Reuters, consultado sobre a possibilidade de que nos próximos dias se produzam novas liberações ou traslados.

O Presidente da Conferência Episcopal manifestou sua confiança em um processo de diálogo que se inicio em meados do mês de abril entre a cúpula da Igreja Católica e o Governo e que se viu consolidado depois da reunião de Dom Mamberti com o presidente cubano, Raúl Castro, no domingo.

"O fato de falar com as autoridades (cubanas) vai consolidar este processo que todos queremos que continue, porque vai repercutir no bem do país", asseverou o Prelado.

A imprensa oficial da ilha qualificou as relações entre a Igreja e o Executivo de "cordiais, respeitosas, contínuas e em ascensão" em referência aos resultados obtidos com a liberação de Ariel Sigler Amaya e o traslado de doze presos políticos a cárceres próximos às suas províncias de origem.

Estes movimentos avivaram as esperanças dos quase 200 presos políticos do regime castrista que confiam que estes gestos continuem e que finalmente se traduzam na liberação de todos os dissidentes. Neste sentido, o líder da Comissão Cubana de Direitos humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), Elizardo Sánchez, apontou que nos próximos dias poderiam produzir-se novas liberações.

"Espero, pelo menos outros quatro traslados e certo número de liberações a partir desta semana. É uma decisão política já tomada pelo Governo", afirmou Sánchez. Na mesma linha, Berta Soler, uma das Damas de Branco, assinalou que "esta visita resulta muito positiva porque podem chegar mais liberações de nossos familiares".