VATICANO, 10 de jun de 2010 às 11:47

O Papa Bento XVI recebeu esta quinta-feira em audiência privada, em sua Biblioteca e durante meia hora, o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, em um encontro que foi qualificado como "cordial" pelo Vaticano e como "correto" pelo próprio chefe do Executivo espanhol em roda de imprensa.

Os temas que foram tratados na reunião, segundo fontes de ambas as partes foram: Europa, América Central, o Caribe e Oriente Médio, as medidas impulsionadas na União Européia para fazer frente à crise econômica, outras decisões adotadas durante a presidência espanhola da UE, o papel da ética, os preparativos das viagens do Papa à Espanha e a Igreja na Espanha, concretamente sobre a futura lei de liberdade religiosa, do aborto e da educação.

A visita oficial de Zapatero à Santa Sede se emoldura na prática das presidências rotatórias da União Européia. O Pontífice e Zapatero falaram a sós, com a ajuda de um intérprete. Segundo fontes vaticanas, ambos mantiveram uma conversação "em voz baixa", que quase não se escutava.

"Sua pronúncia é muito boa"

O Papa comentou a Zapatero algo em castelhano e este respondeu ao Pontífice dizendo: "sua pronúncia é muito boa". Bento XVI estava "bem e sorria", acrescentaram as fontes da Santa Sé, que incidiram no bom estado do Santo Padre depois da viagem ao Chipre entre a sexta-feira e o domingo passados.

Zapatero explicou ao Papa as medidas impulsionadas na União Européia para fazer frente à crise econômica e outras decisões adotadas durante a presidência espanhola da UE. Do mesmo modo, ambos abordaram os preparativos das viagens do Papa à Espanha.

O Pontífice visitará a Espanha em novembro de 2010, parando em Santiago de Compostela e Barcelona e, no verão de 2011, a Madrid para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Neste sentido, Rodríguez Zapatero transmitiu ao Bento XVI que "o Vaticano pode contar com a plena colaboração das instituições espanholas para o êxito destas convocatórias".

Por sua parte, O Vaticano destacou que ambos intercambiaram seus pontos de vista sobre a Europa, a atual crise econômico-financeira e o papel da ética, além dos países da América Central e do Caribe e outras situações, em particular, do Oriente Médio.

Continuando, falaram das relações bilaterais e de temas de "atualidade e interesse" para a Igreja na Espanha, como a "apresentação eventual de uma nova lei sobre a liberdade religiosa, a sacralidade da vida desde sua concepção e a importância da educação".

A Santa Sé, igual que o Executivo espanhol, também ressaltou a "mais ampla disponibilidade do Governo espanhol para colaborar" na preparação e desenvolvimento das visitas do Santo Padre a Espanha.