A Arquidiocese da capital mexicana felicitou publicamente o ministro Salvador Aguirre Anguiano, membro da Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN), "por seu comprometido esforço na busca da verdade e da defesa dos direitos do ser humano", em meio ao debate sobre a pílula do dia seguinte.

O Serviço Informativo da Arquidiocese do México (SIAME), indicou que frente às "fortes pressões externas e da impaciência ao interior" da SCJN, Aguirre Anguiano "defendeu em todo momento o estudo da verdade sobre a pílula do dia seguinte, cujo efeito é abortivo".

Em cinco prolongadas sessões –relatou-, o ministro sustentou que era necessário não só determinar se esta pílula "é um abortivo químico, mas também que se definisse o momento em que constitucionalmente deve ser protegido um ser humano pelo direito à vida: se desde o momento da fecundação ou da implantação de um óvulo fecundado na matriz de uma mulher".

Entretanto, a Corte Suprema rechaçou por maioria realizar estas provas periciais. Segundo a imprensa local, o Presidente da Corte, Guillermo Ortiz Mayagoitia, disse que não seriam realizados estes exames porque "mesmo sendo abortiva a pílula está na hipótese da lei penal de Jalisco", cujo código penal não castiga o aborto em casos de estupro.

Como se recorda, a Norma Oficial Mexicana 046 da Secretaria de Saúde obriga os hospitais oferecerem a pílula do dia seguinte às mulheres vítimas de estupro. Esta norma foi impugnada pelo governo do estado de Jalisco.