Os fiéis, em sua maioria imigrantes latinos, da paróquia Santa Rosa de Lima na localidade de Maywood, Califórnia, realizarão esta sexta-feira uma jornada de oração e desagravo depois da profanação do templo em que vândalos esfaquearam uma imagem da Virgem de Guadalupe e derrubaram tudo a seu alcance, no ato que foi qualificado pela polícia local como um "crime de ódio".

O Pároco da igreja de Santa Rosa, o Pe. David Velásquez, assinalou que "ainda não sabemos se restauraremos a imagem da virgem que foi apunhalada em várias partes do corpo e no rosto. Ou se recomporemos o Cristo que foi posto de cabeça para baixo e queimado antes de ser quebrado a golpes".

"O mais seguro é que os deixaremos tal qual ficaram, como um aviso do ataque sofrido e como mostra de que todos somos o corpo de Cristo e que, por mais que nos ataquem ou nos odeiem, não vamos ceder em nossa missão de defesa da nossa fé e de nossa comunidade", disse logo o sacerdote imigrante que chegou há mais de 15 anos aos Estados Unidos desde Monterrey, México.

O presbítero disse também que "até agora não sabemos qual é o motivo deste ataque de ódio. Não conhecemos os motivos destas pessoas. Talvez quiseram protagonizar um ritual satânico. Talvez quiseram nos deixar uma mensagem. Na melhor das hipóteses melhor o único que queriam era ofender-nos no mais sagrado para nós".

Acostumado a lutar com a violência, em especial desde 2006 quando Maywood foi declarada "cidade santuário" para imigrantes não documentados, o Pe. Velásquez assinala que "fui baleado. Quebraram os vidros das janelas da casa paroquial. Tiraram-me a licença. Ameaçaram-me".

Segundo meios mexicanos, a Igreja nesta localidade tem muitos inimigos desde que decidiu tomar um papel ativo em defesa de uma comunidade imigrante que "converteu-se em presa fácil de um policial corrupto, que os perseguia e tomava seus veículos por não terem documentos, e que foi objeto de constantes campanhas de ódio e racismo".