A investigadora do Departamento de Embriologia da Faculdade de Medicina da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), Dra. Cristina Márquez, explicou que a pílula do dia seguinte pode ser abortiva, no marco do debate que se realiza na Suprema Corte de Justiça do México sobre este tema.

Em entrevista telefônica concedida à Radio Red, a especialista explicou que embora um dos efeitos deste fármaco seja evitar que se atrase a ovulação, também é importante ressaltar que este "sim pode ser abortivo porque pode evitar que o blastócito, ou seja o embriãozinho, se implante, e nessas condições ele é abortivo".

"Então, tem indicações muito precisas porque, faça de conta, o óvulo e o espermatozóide podem reunir-se, poderia já realizar fecundação aproximadamente 8 horas depois de ter tido uma relação sexual. Se isto acontecer, então sim pode ser abortivo", acrescentou.

Precisando logo um pouco mais o efeito que produz o aborto, a Dra. Márquez assinalou que a pílula do dia seguinte "pode chegar a evitar a implantação" quer dizer, impossibilitar que "o embriãozinho se ponha em contato no endométrio, com a malha materna, nessa condição (a pílula) poderia evitar que o embrião se desenvolva".

A investigadora recordou além que "o ponto de vista que dou é estrita e absolutamente científico, ou seja, não é, nem se trata de outro tipo de comentários; simplesmente, é a forma em que pode ou não chegar a fecundar um óvulozinho e poder-se desenvolver um novo organismo porque é um novo embrião desde que o óvulo e o espermatozóide se unam, independentemente das questões políticas e demais, a partir deste momento se inicia o desenvolvimento de um novo embrião".