O Coordenador do Movimento Cristão Liberação (MCL), Oswaldo Payá Sardiñas, desafiou o regime de Raúl Castro a publicar o Projeto Varela "e a comprometer-se publicamente a respeitar o direito enunciado no artigo 88.g da Constituição pelo qual os cidadãos podem exercer esta iniciativa de lei".

"Porque floresceu o Projeto Varela o governo cubano encarcerou 75 cubanos em Março de 2003. Dezenas deles até agora estão na prisão. Essa é a verdade embora muitos, incrivelmente, queiram ocultá-la. É como negar a razão de ser desses prisioneiros de consciência (…). Por essa causa também encarcerou Agustín Cervantes em Setembro do 2009", expressou ao recordar os oito anos da apresentação desta iniciativa.

Payá exigiu a liberação de todos os presos de consciência e afirmou que o projeto mantém sua vigência porque "segue fazendo história e abrirá essa porta às mudanças pacíficas, para a vida distinta, que todos os cubanos anseiam" e que consiste no exercício real de seus direitos, como participar livremente na vida social, política e econômica de Cuba.

Entretanto, denunciou as tentativas de silenciar esta iniciativa através do cárcere e da repressão. Apesar disso, afirmou, o Projeto Varela não será detido "embora outros com poderes de diversos conteúdos, e só eles sabem com quais motivações, tentam silenciar, desalentar, desinformar" e assim aniquilá-lo. "É como uma fatal aliança contra a liberdade e a esperança de Cuba", afirmou.

O líder do MCL advertiu que dizer que os cubanos gozam de direitos é uma grande mentira e uma humilhação para o povo, que sabe que não é livre. Acrescentou que esta falta de liberdade faz que a maioria viva "na pobreza e sem oportunidades". Além disso, muitas famílias "sofrem a prisão de algum de seus membros por qualquer causa".

"Cuba necessita mudanças, o povo quer mudanças, mas essas mudanças estão definidas inequivocamente. Mudanças significam liberdade e direitos. Por isso o primeiro passo e justo em si mesmo, o passo que já não pode esperar mais é a libertação de todos os encarcerados por motivos políticos", afirmou Payá Sardiñas.