ROMA, 12 de mai de 2010 às 08:52
O Prefeito Emérito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins, negou que a Igreja esconda um suposto "quarto secreto" da Virgem de Fátima, e recordou que a terceira parte do segredo foi lido em 13 de maio de 2000.
Em declarações a Rádio Vaticano, recolhidas pela agência Notimex, o Cardeal indicou que "a terceira é a última parte da mensagem secreta; não existe razão alguma para afirmar que existe uma quarta parte. Sei bem que muito se falou e que alguém inclusive escreveu um livro sobre o argumento; eu não encontro fundamento algum em tal afirmação".
"Fala-se de uma quarta parte do segredo da Fátima, mas esta parte não existe. trata-se, aliás, de uma afirmação gratuita, que não tem fundamento na realidade das coisas", afirmou.
Como se recorda, durante a beatificação dos pastores Francisco e Jacinta Marto, em 13 de maio de 2000, o Papa João Paulo II pediu ao Cardeal Angelo Sodano ler o conteúdo do chamado "terceiro secreto", o qual foi publicado em 26 de junho desse ano, junto a um comentário teológico do então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Joseph Ratzinger.
A interpretação do texto se centrou, sobre tudo, na luta do comunismo contra a Igreja e nos sofrimentos das vítimas caídas durante as perseguições anticristãs do século XX.
Uma parte do texto fala de um "sacerdote vestido de branco" que sobe a um monte caminhando sobre os cadáveres de milhares de pessoas e quando chega ao topo é transpassado por flechas sob as quais sucumbe.
Esta última imagem foi identificada pelo mesmo João Paulo II com o atentado que sofreu pelas mãos do turco Mehmet Ali Agca em 13 de maio de 1981 e do qual se salvou, assegurou o Pontífice, graças à intervenção da Virgem de Fátima.