LISBOA, 11 de mai de 2010 às 17:34

Ao presidir esta tarde uma multitudinária Eucaristia no Terreiro do Paço (Praça do Palácio) de Lisboa, o Papa Bento XVI ressaltou que “só seguindo Jesus é que se encontra o verdadeiro sentido da vida e, conseqüentemente, a alegria verdadeira e duradoura”. O Pontífice também assinalou que a ressurreição de Cristo mostra que "nenhuma força adversa poderá jamais destruir a Igreja".

Em sua homilia logo da saudação do Patriarca de Lisboa, Cardeal José da Cruz Policarpo e na presença do Presidente da República, o Santo Padre recordou que como fizera com as gerações de cristãos portugueses, incluída a atual, Cristo cumpre sua promessa de "estar conosco até o fim do mundo".

"Apesar de ser diferente da dos Apóstolos, temos também nós uma verdadeira e pessoal experiência da presença do Senhor ressuscitado. A distância dos séculos é superada e o Ressuscitado oferece-Se vivo e operante, por nós, no hoje da Igreja e do mundo. Esta é a nossa grande alegria. No rio vivo da Tradição eclesial, Cristo não está a dois mil anos de distância, mas está realmente presente entre nós e dá-nos a Verdade, dá-nos a luz que nos faz viver e encontrar a estrada para o futuro".

Bento XVI ressaltou logo que Cristo é a "pedra angular, escolhida e preciosa.". "Irmãos e irmãs, quem acreditar em Jesus não será confundido: é Palavra de Deus, que não Se engana nem pode enganar".
 
O Santo Padre advertiu logo que em meio da Igreja "não lhe faltam filhos insubmissos e até rebeldes, mas é nos Santos que a Igreja reconhece os seus traços característicos e, precisamente neles, saboreia a sua alegria mais profunda. Irmana-os, a todos, a vontade de encarnar na sua existência o Evangelho, sob o impulso do eterno animador do Povo de Deus que é o Espírito Santo".

"Muitas vezes preocupamo-nos afanosamente com as conseqüências sociais, culturais e políticas da fé, dando por suposto que a fé existe, o que é cada vez menos realista. Colocou-se uma confiança talvez excessiva nas estruturas e nos programas eclesiais, na distribuição de poderes e funções; mas que acontece se o sal se tornar insípido?"

Diante deste desafio, disse logo Bento XVI, "é preciso voltar a anunciar com vigor e alegria o acontecimento da morte e ressurreição de Cristo, coração do cristianismo, fulcro e sustentáculo da nossa fé, alavanca poderosa das nossas certezas, vento impetuoso que varre qualquer medo e indecisão, qualquer dúvida e cálculo humano. A ressurreição de Cristo assegura-nos que nenhuma força adversa poderá jamais destruir a Igreja. Portanto a nossa fé tem fundamento, mas é preciso que esta fé se torne vida em cada um de nós".

Assim, continuou o Papa, "há um vasto esforço capilar a fazer para que cada cristão se transforme em testemunha capaz de dar conta a todos e sempre da esperança que o anima (cf. 1 Pd 3, 15): só Cristo pode satisfazer plenamente os anseios profundos de cada coração humano e responder às suas questões mais inquietantes acerca do sofrimento, da injustiça e do mal, sobre a morte e a vida do Além".

Dirigindo-se logo aos jovens, o Santo Padre animou a nunca duvidar da presença real de Cristo, para buscá-lo e comungá-lo na Eucaristia. "Vivei a vossa vida com alegria e entusiasmo, certos da sua presença e da sua amizade gratuita, generosa, fiel até à morte de cruz. Testemunhai a alegria desta sua presença forte e suave a todos, a começar pelos da vossa idade. Dizei-lhes que é belo ser amigo de Jesus e que vale a pena segui-Lo. Com o vosso entusiasmo, mostrai que, entre tantos modos de viver que hoje o mundo parece oferecer-nos – todos aparentemente do mesmo nível –, só seguindo Jesus é que se encontra o verdadeiro sentido da vida e, conseqüentemente, a alegria verdadeira e duradoura", exortou.

"Buscai diariamente a proteção de Maria, a Mãe do Senhor e espelho de toda a santidade. Ela, a Toda Santa, ajudar-vos-á a ser fiéis discípulos do seu Filho Jesus Cristo.", concluiu o Pontífice.

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