MÁLAGA, 2 de mai de 2010 às 08:34
Ao finalizar o congresso sobre migrações realizado na cidade espanhola de Málaga entre o 27 de abril e o 1 de maio, organizado pelo Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, deu-se a conhecer uma mensagem na que se ressalta que "é possível considerar a presença dos imigrantes na Europa como uma oportunidade para o presente e para o futuro".
Na declaração final deste congresso os participantes constatam que "em muitos países, os imigrantes dão uma contribuição positiva –e não só econômica– às sociedades que sabem acolhê-los e criar as condições para um autêntico ‘viver juntos’".
Seguidamente alertam que ante os imigrantes "para confrontar os medos emergentes, elaboram-se políticas restritivas que interatuam com as mentalidades dominantes. Entretanto, conscientes dos medos que vivem os cidadãos europeus, buscamos identificar os meios com os quais podemos ajudar a superá-los".
Logo depois de ressaltar a importância do pluralismo cultural e de sua necessária aceitação social, a mensagem assinala que "a Igreja Católica em seu conjunto, com suas tradições e seus diferentes ritos, dá sua contribuição para servir à unidade da família humana na Europa e além dela".
"Acreditamos que o Evangelho de Cristo conserva hoje toda sua força como chamada aos homens para superar qualquer medo e fechamento, como propõe a doutrina social da Igreja e os magistérios dos Papas. Agradecemos particularmente ao Papa Bento XVI por sua encíclica Caritas in veritate e o sustentamos em sua missão".
O texto assinala logo três âmbitos nos que se deve construir a fraternidade segundo o Evangelho: a família, as comunidades eclesiásticas que devem ser alentadas pelos bispos, as paróquias e os movimentos católicos. Um terceiro âmbito é a sociedade que "está obrigada a administrar a migração, que é uma realidade complexa porque inclui aspectos culturais, econômicos, jurídicos, políticos, sociais e religiosos. Todas as nações devem comprometer-se a elaborar um marco justo para que a dignidade humana seja respeitada".
"Além disto é necessário que a comunidade internacional se comprometa a reduzir as causas das migrações forçadas, para que a migração seja uma eleição. Por outro lado deve sublinhar os aspectos positivos desta mobilidade humana".
Ao finalizar sua mensagem, os participantes do congresso se dirigem aos imigrantes e os recordam que "nós os acolhemos porque acreditam que cada ser humano tem o direito de ser acolhido. Não nos importa sua origem, sua religião ou sua cultura: vocês são estimados e amados por Deus. Todos nós temos dons para intercambiar”.
“Aqueles que estão comprometidos a seu lado sabem bem que conhecem também o medo, a incerteza e a precariedade e que estes, às vezes, são exacerbados".
"Queremos manifestar-lhes novamente nossa fraternidade e nossa solidariedade para seu desejo de ter uma vida mais humana e mais digna para vocês e para suas famílias. Rechaçando qualquer discurso de exclusão, queremos dizer que desejamos construir juntos o futuro da Europa", concluem.