A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), emitiu uma carta pastoral advertindo que os projetos totalitários –como o impulsionado por Hugo Chávez-, vão "contra o plano de Deus e contra aquele formoso projeto institucional que os pais da República deixaram plasmados na Ata de nossa independência".

O texto foi lido pelo Primeiro Vice presidente da CEV, Dom Baltazar Porras, e indicou que os bispos dizem não ao individualismo e afirmam "com força a dignidade pessoal, mas vivida com espírito de solidariedade e convivência fraterna, que promove a vida dos outros frente a todo egoísmo e isolamento individualistas". Advertiram que o estatismo está à vista em qualquer parte e que os projetos autoritários e totalitários "impedem a criatividade e a liberdade cidadãs".

A carta pastoral foi publicada com motivo do bicentenário da independência venezuelana e nela os prelados disseram que embora em dois séculos de vida republicana se produziram notáveis avanços em diversas áreas, segue-se mantendo a dívida social.

A CEV denunciou que o povo "experimenta grandes privações em meio da abundância de recursos petroleiros" e muitos outros "carecem de oportunidades de emprego" digno. Além disso, "o esbanjamento, a corrupção e a ineficiência acabam com os recursos que deveriam converter-se em vida e não em confrontações, incertezas e desesperança".

"O processo de Independência não terminou", indicou, pois os eventos de 19 de abril de 1810 e de 5 de julho de 1811 foram acontecimentos nitidamente civis. "A autoridade da inteligência, o diálogo, a firmeza e a coragem não tiveram que recorrer ao poder das armas ou à força e à violência", afirmou o Episcopado.