Em uma nota de esclarecimento com data de 15 de abril, depois da entrevista dada ao Diário de Pernambuco sobre o caso de uma menina grávida de 10 anos a quem praticaram um aborto, o Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Antônio Fernando Saburido, ressaltou sua clara posição em defesa da vida e sua firme oposição ao aborto, em qualquer circunstância.
A seguir a declaração do prelado brasileiro:

Diante do mal entendido ocorrido em função de uma entrevista minha publicada no Diário de Pernambuco, no último dia 10 do corrente mês, sobre ABORTO, gostaria de esclarecer os seguintes pontos:

1.    Comungo, em todos os sentidos, com a orientação da nossa Santa Igreja que defende a vida e não admite, em hipótese alguma, que ela seja eliminada porque é um dom de Deus e somente a Ele cabe tirá-la.
2.    Em nosso país, não é penalizado o aborto em casos específicos. Com a Igreja, entendo que esta norma contraria os princípios básicos da ética cristã e não pode ser aceita por tratar-se de uma lei que mata.
3.    No caso específico da menina de 10 anos, grávida de quatro meses, vítima de estupro do seu padrasto e submetida a aborto, discordo da solução tomada. Considerei anticristã por ceifar uma vida que poderia perfeitamente ser salva. Não faltaria família que se dispusesse a adotar o bebê, oferecendo-lhe afeto e dignidade.
4.    Neste mesmo dia 10 de abril, dei entrevistas à imprensa pernambucana e, facilmente, pode-se comparar e verificar, na quase totalidade dos casos, o meu posicionamento contrário ao aborto em qualquer situação.
5.    No caso específico do Diário de Pernambuco, considero a entrevista tendenciosa, com perguntas repetitivas, e reconheço que posso não ter sido claro, deixando margem para dúvidas que desejo retificar através desta nota.
6.    Acredito que todos que me conhecem e sabem da minha história, jamais terão dúvidas do meu amor à Igreja e fidelidade ao seu Magistério.

Em um artigo com data de 14 de abril, intitulado “Aborto e Pedofilia” Dom Antônio reitera sua posição frente ao aborto realizado à menina de 10 anos. No seu texto onde o arcebispo afirma: “Fui, insistentemente, procurado pela imprensa local, para falar sobre o pensamento da Igreja, no caso da menina de Jaboatão dos Gurarapes, grávida aos 10 anos de idade. Como Bispo, expressei então o meu pensamento em defesa da vida, não admitindo o aborto, em nenhuma circunstância. No caso específico desta criança, a gravidez poderia ter sido levada adiante, com os devidos cuidados médicos, até o momento do parto cesariano, no esforço de preservar a vida do bebê e da mãe. Certamente, não faltaria família que adotasse a criança, caso a avó e a mãe assim desejassem. Lamentei, profundamente, o desfecho do caso, vez que contraria os princípios cristãos”.