Em resposta a uma recente reportagem da Associated Press (AP), o porta-voz da diocese do Oakland (Califórnia, Estados Unidos) Mike Brown, explicou que o Pe. Stephen Kiesle  -ao qual se refere a informação que busca apresentar o Papa Bento XVI como seu "encobridor"- já "não tinha nenhuma função sacerdotal na diocese" logo depois das acusações por abusos que cometeu em 1978. Deste modo indicou que a referida agência nunca se comunicou com eles para conhecer a sua versão dos fatos.

O caso que a AP apresentou sobre o Pe. Stephen Kiesle, que foi acusado de abusar de dois menores em 1978, tentava apresentar ao então Cardeal Ratzinger como seu encobridor, mostrando na primeira página uma carta assinada por ele, em latim, em 1985. A mesma agência reconhecia que o texto era parte de "anos de correspondência entre a diocese e o Vaticano".

Em declarações à agência ACI Prensa, que encabeça o grupo ACI, da qual ACI Digital faz parte, Mike Brown explicou que a AP não contatou a diocese para confirmar ou comentar a notícia publicada há alguns dias atrás, que buscou apresentar-se como "o golpe mais duro contra o pontificado de Bento XVI".

Brown assinala também que "em 1979 pouco depois de sua prisão e de todos estes cargos, o Bispo John Cummins retirou o Pe. Kiesle formalmente do ministério ativo na diocese. E desde esse período de novembro de 1979 em adiante, este presbítero não cumpriu nenhuma função sacerdotal na mesma".

Com esta explicação o porta-voz desmente as acusações feitas pela AP nas quais se alegava que o Pe. Kiesle tinha seguido cometendo abusos ante os cargos jurídicos contra ele.

O porta-voz da diocese de Oakland insistiu em que as acusações sobre o Pe. Kiesle "abusando uma e outra vez durante o lapso prévio à sua expulsão do estado clerical são absolutamente incorretas".

Por outra parte, o fundador da Ignatius Press, Pe. Joseph Fessio, adverte outra falta de profissionalismo da AP: a carta do então Cardeal Ratzinger não se refere a nenhuma medida de disciplina para o Pe. Kiesle e sim à dispensa de seus votos. Em 1985, a Congregação da Doutrina da Fé que presidia o agora Papa Bento XVI não se encarregava destes casos. Ela começou a fazê-lo em 2001.

Com esta desinformação da AP, explica o Pe. Joseph Fessio, o único que a citada agência de imprensa demonstrou é "ser extremamente não-profissional jornalisticamente falando".

"Quando se faz este tipo de informe, deve-se procurar pessoas que saibam como funciona a Igreja, o quê é o direito canônico. Não podem imprimir assim sem nenhuma razão, sem antes ter falado com gente competente a respeito", acrescentou.

"Por não ter feito isso, a AP demonstrou um jornalismo não-profissional do pior tipo", concluiu.