O Arcebispo de Guadalajara, Cardeal Juan Sandoval Iñiguez, exortou aos mexicanos a fazer um auto exame “para assumir a responsabilidade e superar as deficiências” como nação, assim como desterrar o conformismo e fatalismo para justificar a situação do país.

O Prelado recordou que o México padece há décadas os mesmos problemas: pobreza, violência, educação de baixa qualidade, corrupção, narcotráfico, entre outros. Indicou que entretanto, facilmente joga-se a culpa aos Estados Unidos ou a quem nos vem em mente, mas poucas vezes pensamos em nós, que, em conjunto, somos os responsáveis pelo que acontece no país há décadas, ou talvez, séculos.”

O Arcebispo assinalou que como diz Michel Eyquem Montaigne, “quem padece males por muito tempo, não são mas que culpa dele”. Por isso exortou a atacar “de fundo as causas e atitudes que limitam nosso progresso”.

Em uma edição do Semanário, da Arquidiocese de Guadalajara, o Cardeal assinalou que existem três características na psicologia do mexicano que explicam por que o país se encontra na situação atual.

Disse que a primeira é o conformismo, que combinado com um pouco de fatalismo, leva a comum da gente a resignar-se diante de feitos negativos, porque conforme explicam: “as coisas acontecem porque sim”.

Acrescentou que isto leva principalmente a jogar a culpa de tudo em Deus, “quando realmente somos nós, defendidos na comodidade desse fatalismo, os geradores de miséria e preguiça”.

Como segunda característica mencionou à falta de memória histórica, tão longínqua como recente. O Cardeal Sandoval assinalou que ao não conhecer e refletir sobre o passado do país, corre-se o perigo de repetir os mesmos enganos.

Finalmente se referiu ao individualismo, presente na falta de solidariedade e em uma encarniçada luta de interesses, onde o importante é o proveito pessoal e não o progresso do país.