O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, P. Federico Lombardi, ressaltou em uma nota editorial titulada "Em vésperas da Semana Santa" o firme compromisso de toda a Igreja e, de maneira especialíssima, do Papa Bento XVI quem com mão firme responde adequadamente aos casos de abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero. Explicou que a autoridade do Santo Padre não se vê diminuída pela campanha difamatória da mídia contra ele.

Este assunto, diz o Pe. Lombardi, esteve muito presente nos meios de comunicação, "em particular na Europa e na América do Norte também nos últimos dias depois da publicação da carta do Papa aos católicos irlandeses". "Não é uma surpresa. O argumento é de tal natureza que atrai a atenção dos meios de comunicação, e o modo no qual a Igreja o confronta é crucial para sua credibilidade moral", acrescenta.

"Em realidade, os casos que saíram à luz tiveram lugar, pelo general, há bastante tempo atrás, inclusive há dezenas de anos, mas reconhecê-los e reparar o dano feito às vítimas é o preço do restabelecimento da justiça e daquela ‘purificação da memória’ que permite olhar com renovado compromisso e com humildade e confiança no futuro", indica o sacerdote jesuíta.

"A esta confiança contribuem os numerosos sinais positivos que chegaram que diferentes conferências episcopais, bispos e instituições católicas de vários países de distintos continentes: as diretivas para a gestão correta e a prevenção dos abusos, reiteradas, atualizadas e renovadas na Alemanha, Áustria, Austrália, Canadá, etc.".

Em particular, uma boa notícia, diz o Pe. Lombardi, "é o sétimo relatório anual sobre a aplicação da ‘Carta para o amparo dos meninos e jovens’ da Igreja nos Estados Unidos. Sem cair na complacência, fora de lugar, não se pode deixar de reconhecer o esforço extraordinário de prevenção efetuado através de numerosos cursos de formação e training tanto para os jovens como para todo o pessoal encarregado da pastoral e a educação. Também dever-se-á ter em conta que o número das denúncias de abusos diminuiu 30 por cento no último ano e que a maior parte se remonta a fatos ocorridos há mais de 30 anos atrás".

"Sem entrar em detalhes, deve-se reconhecer que as medidas tomadas e as que se estão realizando se revelaram eficazes. A Igreja nos Estados Unidos empreendeu um bom caminho para renovar-se", afirma.

"Pensamos que esta é uma notícia importante no contexto dos recentes ataques dos meios de comunicação que, evidentemente, causaram danos. Mas um observador imparcial adverte que a autoridade do Papa e o trabalho intenso e coerente da Congregação para a Doutrina da Fé não resultam diminuídas, mas pelo contrário, confirmadas na hora de sustentar e orientar os episcopados para combater e extirpar a praga dos abusos em qualquer lugar onde aconteçam. A recente carta do Papa à Igreja da Irlanda representa um intenso testemunho que contribui a preparar o futuro através de um caminho de ‘cura, renovação e reparação’".

Com humildade e confiança, conclui, "com espírito de penitência e esperança, a Igreja entra agora na Semana Santa e pede ao Senhor, que sofre e ressuscita por todos, misericórdia e graça".