O Secretário da Comissão para as Comunicações Sociais na Conferência Episcopal do Paquistão, Pe. John Shakir Nadeem, assinalou que em algumas áreas do país os cristãos “são tratados como bestas” ante “um governo débil, submetido à chantagem dos extremistas”, e precisou que a solução para tal situação é “a democratização real do país”.

Conforme assinala à agência vaticana Fides, o também Diretor da Rádio Veritas e do Centro televisivo “Rabita Manzil” em Lahore assinalou que alguns fiéis vivem “em condições de escravidão, ou submetidos a moléstias, violências e conversões forçadas” em meio de uma “islamização crescente, a difusão de grupos fundamentalistas, um quadro normativo que consente e legitimava discriminações e também perseguições, um governo débil, submetido à chantagem dos extremistas”.

Do mesmo modo, o Pe. Nadeem aludiu ao tema das conversões forçadas ao Islã deploradas pela Comissão Nacional para os Direitos humanos do Paquistão que registrou nos últimos 9 anos 50 casos de conversões forçadas ao Islã no país.

“A porcentagem oficial é menor em relação à incidência real dos casos. Somente pouquíssimos casos de violência e de intimidações são assinalados à comissão, porque com freqüência os cristãos têm medo. A mesma Comissão, além disso, confronta as pressões dos extremistas e tem assim decididamente pouco poder”, indicou.

Por outro lado, o sacerdote paquistanês denunciou o “difundido fenômeno de seqüestro de jovens cristãs (como o caso recente de Shazia e de Kiran George) com ameaças de morte às famílias mais pobres” e advertiu a situação dos cristãos na urbe aonde, na qual apesar de viver “reunidos em zonas chamadas ‘colônias’” nas que “o 30% da população cristã consegue fazer uma vida na sociedade, estão expostos aos ataques terroristas contra as igrejas e os bairros cristãos”.

“Nas aldeias remotas, zonas rurais, a situação é muito diversa: grupos cristãos afastados, freqüentemente pobres, marginados e analfabetos, sofrem a opressão da maioria muçulmana: os outros cidadãos se aproveitam deles e realizam prepotências, inclusive a violação carnal, a escravidão e o homicídio”, assinalou.

Ante este panorama, o Pe. Nadeem afirmou que “a única solução para tais problemas é a democratização real do país, que garanta os direitos humanos para todos. Por isso urgem as pressões internacionais”.