O Bispo de Acqui, Dom Pier Giorgio Micchiardi, anunciou a beatificação da Chiara "Luce" Badano, no próximo dia 25 de setembro no Santuário da Mãe do Divino Amor de Roma. A jovem faleceu em 1990 aos 18 anos de idade e pertencia ao movimento dos Focolarinos.

Conforme informa a agência italiana SIR, a Eucaristia será presidida por Dom Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Essa noite se celebrará ademais, na Sala Paulo VI no Vaticano um encontro juvenil para festejar a beatificação. Do mesmo modo, no domingo 26 de setembro, o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, presidirá na Basílica de São Paulo Extramuros uma Missa de ação de graças.

O milagre que permite a beatificação da Chiara, reconhecido em 9 de dezembro de 2009, foi a cura de um menino em Trieste que sofria uma forma de meningite muito grave.

Sua vida

Chiara "Luce" (Luz) Badano nasceu em Sassello, Liguria, em 29 de outubro de 1971. Desde muito pequena, Chiara mostrou um profundo amor por Deus, ao tempo que revelava um caráter forte mas dócil, era alegre, bondosa e muito ativa.

Aos nove anos ingressou no Movimento dos Focolares. Em 1985 se mudou a Savona para seguir os estudos de bacharelado. Aos 16 anos discerniu sua vocação e decidiu consagrar-se a Deus. Manteve uma relação muito próxima com a fundadora dos Focolares, Chiara Lubich, quem pôs nela o apelido de "Luce", ou “Luz” em italiano.

Pouco tempo depois diagnosticaram um tumor no seu ombro. O diagnóstico foi "sarcoma ostiogênico com metástase", um dos tumores mais graves e dolorosos que existem. Chiara se propôs superar a enfermidade e começou um intenso tratamento de quimioterapia, enquanto buscava de seguir com sua vida sem perder a alegria nem a fé.

Entregou todas as suas economias a um amigo que partiu em missão humanitária a África. Apesar dos esforços dos médicos, a enfermidade avançava rapidamente e perdeu o uso das pernas. "Se tivesse que escolher entre caminhar ou ir ao paraíso, escolheria esta última possibilidade", disse a seus familiares, já não pedia curar-se, mas encontrar-se com Jesus.

Em julho de 1989 sofreu uma severa hemorragia e parecia que o desenlace chegaria em qualquer momento. Disse a seus pais: "Não derramem lágrimas por mim. Eu vou onde Jesus está. Em meu funeral não quero gente que chore, mas que cante forte".

Em seu leito de enfermidade, Chiara rezava muito pedindo ser capaz de cumprir com a vontade de Deus. "Não peço a Jesus que me deva buscar para me levar ao paraíso; não queria dar a impressão que não quero sofrer mais", dizia e decidiu preparar com sua mãe a que chamava "festa de bodas", quer dizer seu funeral.

No domingo 7 de outubro de 1990 Chiara faleceu acompanhada de seus pais. Depois da porta da habitação aguardavam seus amigos. Suas últimas palavras foram para sua mamãe: "Tchau. Seja feliz porque eu o sou". Aproximadamente duas mil pessoas assistiram a seu funeral.

O então Bispo de Acqui, Dom Livio Maritano, iniciou o processo de beatificação da Chiara em 1999. O Prelado assegura que tomou esta decisão por "sua forma de viver, especialmente o exemplo extraordinário que ofereceu na última parte de sua vida".