Os bispos da Patagônia lamentaram o recente aborto praticado a uma jovem de 15 anos em um hospital de Trelew, província de Chubut na Argentina, e assinalaram que a aberração da violação não resolve com o mal do aborto, que significa tirar a vida de um ser inocente.

"O mal não resolve com outro mal; menos ainda quando o mal que se provoca é maior. Não há mal pior que tirar a vida de outra pessoa. Entre o direito à vida do bebê e o ‘direito’ alegado a ‘não sofrer’ prima o primeiro. A morte é definitiva, o sofrimento é temporário e pode ser atendido e paliado. A morte não", expressaram em um comunicado.

Os bispos recordaram que a sociedade "cresce apenas garantindo a vida e tratando de afastar o fator da morte em todas suas expressões. Ninguém pode se sentir contente diante destes fatos. Quando se produz um aborto nunca há ganhadores; todos somos perdedores".

Por isso, reafirmaram a postura da Igreja a favor da vida e o "apoio, compreensão e solidariedade às vítimas de situações aberrantes", como é a violação.

No texto, os bispos ofereceram seu "apoio moral, espiritual, recursos e lares que desejam adotar a vida em risco", além da "a oração e ajuda pastoral para que as conseqüências do aborto procurado sejam o menos traumáticas possíveis para as pessoas afetadas e para a sociedade".

Finalmente, reclamaram o reconhecimento do direito à objeção de consciência e convidaram a uma "reflexão serena e construtiva como sociedade, em apoio aos valores éticos universais que, no projeto de província e de nação que queremos, assegurem a vida e a felicidade para todos, de modo que em situações semelhantes se programem as soluções justas e dignas, que não são as mais fáceis".