O Ex-prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Jorge Medina, fez um chamado do Vaticano para que a sociedade chilena vele pela vida de uma menina de 9 anos de idade que ficou grávida depois de uma violação sem esquecer os direitos de seu filho de seis meses de gestação.

Em declarações ao jornal “Últimas Notícias”, o Cardeal Medina desprezou as tentativas de alguns personagens locais que pretenderam usar o drama da menor para pedir a legalização do aborto.

O Cardeal enviou sua bênção à menina e assegurou que "a vida é absolutamente respeitável. O fato de que a gravidez se produziu em uma menina de tão pouca idade e em circunstâncias tão terríveis, não tira o direito da vida da criatura que está em seu ventre".

"O privar a vida dessa criatura é um crime e deve ela nascer. É muito lamentável o que aconteceu e é preciso ajudá-la em todo sentido. Naturalmente é horrível este abuso. É um atropelo inqualificável à dignidade da menina, mas isto não merece que se tire a vida da  única pessoa que não tem nenhuma culpa", acrescentou.

Sobre a eventual criação do pequeno, o Cardeal disse que "está por ver-se se ela é  ou não capaz de criá-lo. Hoje em dia é um fato bastante comprovado que as meninas chegam a sua maturidade sexual antes que em outras épocas. A postura da Igreja é absolutamente clara no respeito à vida desta criatura".

Sobre o padrasto da menor, considerou que cometeu um "pecado aberrante" e que espera que ele peça perdão a Deus.

"Não posso prejulgar o que farão os tribunais de Justiça, mas sim deve receber uma pena exemplar. O mais grave é a responsabilidade tremenda deste sujeito perante Deus. Aí é quando deverá dar as caras e pagar por todos seus pecados", indicou.

O caso veio à tona há uma semana na cidade de Calama, quando se denunciou a gravidez da menor, que vivia com sua mãe e o companheiro dela, ambos bolivianos.

O padrasto da menina, Luis Ramos, foi detido como suspeito das violações. A mãe da menor, Norma Cayo, também está presa pela acusação de cumplicidade já que agrediu sua  filha para ocultar seu estado. A menor está atualmente em um hospital de Calama sob atenção de ginecologistas e psiquiatras infantis.