O jornalista e dissidente cubano Guillermo Fariñas, depois de 20 dias em greve de fome, acusou o Governo de José Luis Rodríguez Zapatero de ser "cúmplice" da morte do preso político Orlando Zapata, assim como "das torturas, encarceramentos e golpes" do regime castrista.

Em declarações à Cadeia COPE recolhidas pela Europa Press, acrescentou que "durante muito tempo, Zapatero manteve uma atitude de cumplicidade e oculto do regime dos irmãos Fidel e Raúl" apesar de que esteve "na posição condenatória do Parlamento Europeu".

Acrescentou que o presidente do Executivo espanhol "em seu momento foi perseguido político pelo regime de Franco", por isso deveria "compreender" a situação dos cubanos.

"O primeiro é estar com as pessoas, com os seres humanos, com a vida, não importam as tendências políticas, o importante é a dignidade humana que ele não foi capaz de defender durante muito tempo", denunciou.

Em relação com a ditadura castrista, considerou que "sempre se caracterizou pelo irracionalismo", por isso está "preparado para as piores situações". Em sua opinião, agora tem "a oportunidade histórica" de demonstrar ao Governo cubano que o acusa de ser um "mercenário" de que ele vai a "morrer por suas idéias".

Acrescentou que vai demonstrar-lhes "que não podem exagerar" com os dissidentes porque estão dispostos "a chegar até as últimas conseqüências". Afirmou também que outros opositores o apóiam mas pedem-lhe que abandone a greve de fome.

Fariñas assegurou que vai manter a greve "até o final" porque "está em jogo a vida" de seus "irmãos de luta e de todos os detentos políticos cubanos". Do mesmo modo, explicou que os médicos estão "muito preocupados" por sua estado de saúde, já que tem "seqüelas de greves de fome anteriores".