O Secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Dom Mario Toso, explicou que "da liberdade religiosa dependem a felicidade e a plena realização do homem, a quem não se pode negar aspirar ao que é sagrado, ao significado profundo da vida e de si mesmo".

Em sua intervenção na Pontifícia Universidade Lateranense em um ato acadêmico titulado "A liberdade religiosa a 60 anos da Declaração Universal dos Direitos humanos", o Prelado assinalou que "pode-se afirmar que "a liberdade religiosa é em realidade o que Jeanne Hersch definiu como O “droit d'être un homme” (o direito de ser um homem)".

Depois de explicar que é necessário "ser firmes na condenação de qualquer forma de manipulação e abuso da religião, que se traduz em instrumentalização e abuso da pessoa humana", o Bispo indicou que "ao mesmo tempo é necessário promover e proteger a liberdade religiosa onde esta é ameaçada ou negada, onde os seres humanos são discriminados, perseguidos ou privados de seus bens essenciais ou da vida mesma por causa das próprias convicções religiosas".

"É preciso reconhecer com coragem o valor público da religião, quer dizer sua função de purificação e de consolidação do ethos civil", ressaltou.

O Prelado vaticano indicou que "o aniversário da Declaração universal nos oferece uma grande oportunidade: a de compreender que as grandes religiões, no resto de suas respectivas esferas de competência de Estado e Igreja, no respeito, em uma palavra, da laicidade e das regras da democracia, podem oferecer uma grande contribuição à afirmação de uma ordem social internacional baseada na dignidade humana e na qual os direitos e as liberdades fundamentais possam ser plenamente realizados".

"Uma autêntica ordem social e internacional não pode ser dada sem contar com o aporte de sabedoria e experiência, de valores e princípios, que possuem as grandes religiões. Assim consta na Declaração. É uma aspiração legítima então e um direito do homem, que conforme Sto. Tomás de Aquino ‘significa o mais nobre que há no universo’".