O coordenador do Movimento Cristão Liberação (MCL), Oswaldo Payá, pediu ao detento político Guillermo Fariñas deixar a greve de fome "porque sua luta e sua vida são muito valiosas e não queremos perder você".

Em uma declaração, Payá perguntou "de quê serve que salvemos nossa posição (pela liberdade de Cuba) se perdemos a vida de uma pessoa, nesse caso de um irmão, de um lutador, como é nosso irmão Fariñas. Ele deu mostras muito claras de estar disposto a oferecer sua vida pelo povo de Cuba".

O líder do MCL solicitou a Fariñas desistir para que não tenha a mesma sorte de outro detento político, Orlando Zapata, quem faleceu ao final de fevereiro logo depois de uma prolongada greve de fome.

"Você mais de uma vez demonstrou estar disposto com muita coragem a partir pelas ruas, a falar publicamente e dar sua vida em cada minuto", expressou Payá, quem criticou o jornal oficial do Governo comunista, o Granma, que "como um esgoto que se abre, também difama de nosso irmão Fariñas, assim o fez de nosso irmão Zapata que ofereceu sua vida e que foi vítima da tortura e do mau trato".

Payá recordou o drama do povo cubano e chamou à solidariedade "com os prisioneiros políticos, chamando-os para que apóiem estas iniciativas de mudança", como o Projeto Varela e o Foro Todos Cubanos, que procuram "os direitos, a reconciliação, as eleições livres" na ilha.

"A todos os cubanos e a todos os que nos escutam, lhes dizemos: Há dezenas de homens na prisão por defender os direitos dos cubanos, por defender a esperança como está fazendo Fariñas agora, mas não se trata de defender conceitos, mas sim de defender sua pessoa", expressou o líder dissidente.