O porta-voz da Arquidiocese do México, Pe. Hugo Valdemar, assinalou que os clérigos no país não procuram participar da política partidária; mas que buscam contar com os direitos constitucionais que na prática lhes foram arrebatados.

Ao comentar a proposta do senador Pablo Gómez, que pediu a modificação do artigo que impede a participação do clero em qualquer tipo de atividade de política pública, o Pe. Valdemar assinalou que "não é missão da Igreja intervir em assuntos políticos nem procurar uma participação partidária, mas uma autêntica participação dos direitos constitucionais que deve gozar todo mexicano de acordo com a Carta Magna".

O porta-voz da Arquidiocese primaz explicou que a Igreja viu com bons olhos a iniciativa do Senador do Partido da Revolução Democrática (PRD); mas "não porque nos interesse participar de política partidária, mas porque finalmente se abre um debate sobre os direitos cidadãos dos sacerdotes e religiosos".

"O que pedimos é que nos reconheçam como verdadeiros cidadãos com plenos direitos, embora seja obvio, que não vamos exercer os direitos eleitorais partidários porque o Código de Direito Canônico não o permite", explicou o sacerdote.

O Pe. Valdemar assinalou ademais que a figura do Estado laico no México é bem-vinda pela Igreja, sempre que esta não impeça que os religiosos "emitam seus pontos de vista sobre temas de caráter social, pois a liberdade de expressão está garantida para todas as pessoas no país".

O Pe. Valdemar evidenciou que existe "uma contradição na Constituição: por um lado, todos os cidadãos são iguais perante a lei, e depois restringe os direitos de liberdade dos ministros de culto… então se trata de fazer coerente a Constituição e começar a ter essa participação adequada. Não nos interessa uma política partidária, mas sim uma participação como qualquer cidadão que ajude no fortalecimento da sociedade".