O fundador e dirigente do Movimento Cristão Liberação, Oswaldo Payá, assinalou este fim de semana em um breve e emotivo artigo que a morte do dissidente cristão Orlando Zapata, deveu-se à indolência com a que o mundo político e cultural reagiu frente às advertências dele.

No artigo publicado em sua página Web www.oswaldopaya.org, o dirigente do MCL e promotor do Projeto Varela assinalou que "antes da dolorosa morte de Orlando, fizemos nesta página Web e em alguns meios de comunicação que generosamente nos atendiam, reiterados chamados para salvar a vida de Orlando Zapata".

"Outros democratas cubanos, em Cuba e fora de Cuba também o fizeram, e Reina, a mãe de Orlando, até chegou a mostrar a camisa ensangüentada de seu filho golpeado na prisão e… quase ninguém escutava", lamenta Payá.

"Como quando, também em greve de fome, morreu Pedro Luis Boitel em 1972, ou quando muitos anos atrás, o Che ordenava fuzilamentos em La Cabaña; enfim, durante os últimos 51 anos… quase ninguém escutava os cubanos".

O dirigente do MCL assinala que nestes dias é difícil dar-se provisão para atender aos meios de comunicação que se interessam pelo crime de Zapata; mas pergunta "Quanto demorarão a se esquecer do sofrimento dos Cubanos? Terá que morrer outro irmão para que nos escutem?"

Payá solicita aos meios e as nações que têm capacidade de influir sobre o governo cubano que atuem agora para obter a liberação dos detentos políticos e evitar assim uma nova tragédia.