O Patriarca Sírio (católico) da Antioquia (Líbano), Ignace Youssef III Younan, enviou uma dramática carta ao Primeiro ministro do Iraque pedindo a intervenção do governo para a paz e segurança dos cristãos no país, vários dos quais foram assassinados nos últimos dias. A missiva foi enviada na quarta-feira, logo do funeral da mais recente vítima da violência islâmica em Mosul.

"Escrevemos-lhe com o coração ferido pelas dolorosas notícias que recebemos, especialmente desde Mosul, onde os ataques a cristãos aumentaram grandemente", escreve o Patriarca na carta.

Referindo-se aos cristãos mortos em Mosul, comenta que os cristãos "são mortos, sacrificados e atacados nas ruas, em escolas, inclusive em seus lares, só por suas crenças religiosas distintas às da maioria".

O Patriarca expressou sua incredulidade quanto às "desculpas daqueles em cargo do governo", por isso ressalta que "não é mais que cumplicidade para obter o objetivo de esvaziar Mosul de cristãos, que têm vivido na cidade por séculos".

Ignace Youssef III concluiu a mensagem apelando ao governo a "atacar com braço de ferro e castigar os criminosos, assim como também os cúmplices em Mosul".

Logo depois dos funerais na quarta-feira, o Arcebispo de Mosul, Dom Georges Casmoussa falou com a Rádio Vaticano. Disse que os bispos cristãos e ortodoxos tomaram uma postura de protesta nos domingos durante momentos de oração e decidiram suspender todas as Missas. Mediante estas ações, "dar-lhe-emos uma mensagem ao governo", afirma o Prelado.

O Arcebispo também falou da conexão entre a matança e as próximas eleições no Iraque: "em todas as eleições há problemas, mas não ao ponto de matar pessoas. Os cristãos não são assassinados por um ponto político, mas pelo fato de serem cristãos".