Uma comunidade de religiosos e religiosas brasileiros será formada para ajudar o povo do Haiti e atender especialmente as crianças mutiladas, vítimas do terremoto que devastou o país no dia 12 de janeiro. Segundo a informação difundida pela CNBB, a comunidade residirá em Porto Príncipe e terá o tempo de duração de cinco a dez anos. Será composta de religiosas médicas, enfermeiras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e pedagogas pertencentes a diversas famílias religiosas..

A iniciativa faz parte de um projeto de ajuda da Igreja do Brasil ao povo e à Igreja do Haiti e recebeu a aprovação do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep), na quarta-feira, 24.
O projeto ainda está em fase de elaboração e terá a coordenação do Conselho Missionário Nacional (Comina), que reúne as forças missionárias da Igreja no Brasil, CNBB (através da Comissão para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial e do Centro Cultural Missionário), Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e Pontifícias Obras Missionárias, com apoio da Cáritas Brasileira, do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) e da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC).

De acordo com a presidente da CRB, Irmã Márian Ambrósio, o pedido de ajuda partiu da própria Conferência dos Religiosos do Haiti. "Já nos encontramos três vezes com a representante da Conferência dos Religiosos do Haiti, Irmã Gloria Inez Gonzalez Ramirez, missionária colombiana que está há 12 anos no Haiti, para discutir a ajuda", explica a religiosa. "Várias Congregações do Brasil já manifestaram desejo de enviar religiosos para o Haiti, mas queríamos fazer uma ação que fosse da Igreja do Brasil e para isso era importante a participação da CNBB", indicou.

Em nota divulgada  pelo portal da Canção Nova, a presidente da CRB diz que é muito importante a participação de padres e irmãos no projeto. "É muito importante a presença de padres conosco. Os maristas e os salesianos, por exemplo, já se prontificaram a enviar Irmãos para o trabalho", recorda.

Segundo Irmã Márian, outras iniciativas deverão constar no projeto. Uma das preocupações discutidas pelos bispos do Consep, por exemplo, é como ajudar a Igreja do Haiti em relação à formação dos seminaristas e à reconstrução de igrejas, casas paroquiais, seminários e casas de formação das congregações religiosas. Todas estas ações serão acompanhadas também pelo Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam), conforme informou o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha.