O coordenador do Movimento Cristão Liberação (MCL), Oswaldo Payá Sardiñas, advertiu que a morte do preso de consciência Orlando Zapata Tamayo em um hospital de Havana, tem como cúmplices a todos os que dentro ou fora da ilha negam a ditadura que existe em Cuba.

"Denunciamos a todos aqueles que dentro e fora de Cuba por covardia, egoísmos e outras misérias, não têm o pudor de apoiar os que lutam, sofrem e morrem por defender os direitos e a dignidade de todos. Todos esses também mataram Zapata", expressou Payá.

Zapata Tamayo morreu logo depois de uma greve de fome de 85 dias, com a qual exigia que lhe dessem "um trato mas digno e mais humano para ele e para todos os prisioneiros".

Payá recordou que este membro do MCL foi encarcerado "por denunciar as violações aos direitos humanos e por atrever-se a falar abertamente do Projeto Varela no parque Central de Havana". Indicou que a pesar de que nunca usou a violência, foi condenado primeiro a três anos da prisão que logo foram ampliados a mais de trinta anos.

O coordenador do MCL relatou que ao longo dos anos Zapata foi vítima de abusos, golpes e demais ultrajes dos quais é responsável o Governo cubano.

Por isso, também criticou os governos, estados e instituições que "preferem a relação harmoniosa com a mentira e a opressão (do Governo) à solidariedade aberta com o povo cubano. Todos são cúmplices do que ocorre e do que ocorra".

"Orlando Zapata Tamayo, querido irmão: continuaremos a luta, sem ódio, mas determinados, até que Cuba seja livre e os cubanos deixem de sofrer esta humilhação penosa que é viver submetidos à mentira pelo medo", finaliza o comunicado.