A Arquidiocese do México em um comunicado de imprensa lamentou a má fé dos legisladores na reforma constitucional aprovada recentemente pela Câmara de Deputados, e qualificou o ato como "irracionalmente anti-religioso, especificamente anti-católico, que pretende regular e submeter à Igreja no que diz respeito à sua missão evangelizadora e social".

Depois de um acalorado debate, o juízo a favor de incluir a palavra "laica" no artigo 40 da Constituição foi aprovado ontem por 363 dos 372 deputados. Esta medida constitui uma "mordaça" contra a Igreja Católica que constantemente se pronuncia a favor da vida e a família, como quando expressa sua oposição à lei que permite as uniões homossexuais e que estes casais possam adotar crianças.

Ante a aprovação da reforma, o Diretor de Comunicação Social da Arquidiocese do México, Pe. Hugo Valdemar Romero, advertiu que "as verdadeiras intenções desta reforma, que parece inofensiva, não demorou para sair ao descoberto quando deputados do Partido da Revolução Democrática externaram seu verdadeiro objetivo de sossegar e amordaçar a voz da Igreja e dos ministros de culto em geral".

"É de lamentar que esta reforma não tenha sido acompanhada de um reconhecimento do respeito pleno à liberdade religiosa, compromisso não cumprido pelo México com a Convenção Interamericana dos Direitos humanos", adicionou.

Do mesmo modo, explica o comunicado, "a Arquidiocese lamenta esta incompleta reforma constitucional, assim como o fato de que alguns deputados de Ação Nacional tenham renunciado à histórica defesa de seu partido por escorar as liberdades às que tem direito todo homem e à construção democrática, ao apoiar esta concepção negativa de um Estado Laico, que sem dúvida promoverá a intolerância religiosa e a redução da liberdade, com o qual irá em detrimento dos direitos humanos dos fiéis e dos ministros de culto".