Em nota enviada à nossa redação, o centro de comunicação social do Santuário de Fátima anunciou que no 27 de Março de 2010, o Santuário inaugurará, num dos espaços anexos à Igreja da Santíssima Trindade, uma exposição documental que recordará as visitas papais e este santuário.
A iniciativa pretende, a propósito da viagem do Santo Padre Bento XVI a Portugal, recordar as visitas em que os Romanos Pontífices se fizeram peregrinos de Nossa Senhora de Fátima.

Na primeira Nota Pastoral a propósito da visita de Bento XVI a Portugal, divulgada a 6 de Outubro de 2009, a Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou que “o Santo Padre vem, essencialmente, como peregrino de Fátima, onde encontrará uma expressão viva de todas as Igrejas de Portugal. (…) Quando o Papa se faz peregrino, na qualidade de Pastor universal da Igreja, é toda a Igreja que peregrina com ele. Por isso, esta sua peregrinação reveste um grande significado pastoral, doutrinal e espiritual”.
Bento XVI pretenderá, tal como fizeram os seus antecessores, visitar este santuário para deste lugar, peregrino entre os peregrinos, falar ao mundo.

Recordando as visitas de Paulo VI e João Paulo II

Foi o Papa Paulo VI quem empreendeu a primeira visita de um Pontífice a Portugal, em Maio de 1967, no cinquentenário das aparições de Nossa Senhora aos videntes Lúcia, Francisco e Jacinta.
Dois anos antes, a 13 de Maio de 1965, este Papa havia enviado como legado Pontifício a Fátima o Cardeal Fernando Cento para este entregar ao Santuário a Rosa de Ouro, expressão de particular reconhecimento por serviços prestados à Igreja.

Após o atentado falhado de 13 de Maio de 1981, João Paulo II reteve uma convicção profunda, que testemunhou com as seguintes palavras: “Eu devo a minha vida a Nossa Senhora de Fátima”.

Assim, um ano após esta data, em 1982, o “Papa de Fátima”, como ficará para a história, peregrinou a este santuário mariano português. Na noite de 12 de Maio, pela primeira vez presente na Capelinha das Aparições, João Paulo II sublinhou o motivo da sua vinda ao país, que viria a repetir na homilia do dia seguinte e em muitos outros momentos: “ (…) desde que se deu o conhecido atentado na Praça de S. Pedro há um ano, ao tomar consciência, o meu pensamento voltou-se imediatamente para este santuário, para depor no coração da Mãe celeste este meu agradecimento por me ter salvo do perigo”.

Dez anos depois do atentado, em 1991, o Papa peregrino regressaria a Fátima, após em 1984 ter pedido para lhe ser levada a Roma a imagem de Nossa Senhora de Fátima entronizada na Capelinha das Aparições, para a consagração do mundo à Virgem.

 “A expressão mais alta do reconhecimento de Fátima por João Paulo II deu-se a 13 de Maio de 2000, com a beatificação dos dois videntes mais novos e o anúncio da publicação da terceira parte do segredo”, considera Mons. Luciano Guerra, antigo reitor do Santuário de Fátima, em artigo publicado na “Enciclopédia de Fátima” (uma edição Principia, Maio 2007).

Nessa visita a Fátima, além da oferta da sua jóia preciosa – o anel do “Totus Tuus” (Todo Teu, Maria) – este Papa pediu que a imagem de Nossa Senhora fosse de novo a Roma a fim de encerrar o Ano Santo com a consagração do Milênio à Mãe.  Outro singular gesto da ligação deste Papa a Fátima aconteceu quando João Paulo II ofereceu a Nossa Senhora de Fátima a bala que o trespassara em 1981. Esta bala foi no ano de 1989 encastoada na coroa preciosa de Nossa Senhora de Fátima, que tinha sido oferecida pelas mulheres de Portugal em 1942.