Em uma conferência com outros patriarcas (bispos) ortodoxos, comemorando um ano como Patriarca de Moscou, Kiril I (Cirilo I) comentou que no ano passado houve uma série de eventos que marcaram "tendências positivas" entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa Russa; e explicou ademais que compartilha diversas perspectivas do Papa Bento XVI sobre o futuro da sociedade e do mundo.

No encontro realizado na Catedral de Cristo Salvador em Moscou, o Patriarca Kiril deu a conhecer um relatório com seus trabalhos, visitas e viagens feitas desde sua nomeação, com uma seção detalhada das relações com a Igreja Católica.

"Atividades conjuntas e muitas reuniões, demonstram que temos muito em comum com a Igreja Católica em vários aspectos que concernem o mundo cristão", disse.

Kiril Mencionou também que as medidas tomadas pelo Papa Bento XVI quanto aos assuntos em comum, são similares aos dos ortodoxos. "Isto se comprova nos discursos, mensagens assim como nas opiniões dos altos representantes da Igreja Católica".

Em seu discurso, o Patriarca também comentou o fato ocorrido no último novembro em que a Corte Européia de Direitos humanos proibiu a exibição de crucifixos nos colégios Italianos. Ao respeito disse: "foi um claro ataque às tradições cristãs na Europa. Insistimos que a civilização européia tem raízes cristãs, assim é inaceitável privar a Europa e suas instituições do símbolo de sua identidade espiritual", adicionou.

Quanto à relação dos ortodoxos com as Igrejas protestantes, ressaltou o problema de sua "rápida liberalidade" e rechaçou sua aceitação dos "matrimônios" homossexuais e o fato de que permitam a ordenação de bispos homossexuais na igreja episcopaliana nos Estados Unidos, pertencentes à comunhão anglicana, assim como na igreja luterana da Suécia. Também disse estar causar pena pela eleição da "bispa" Margot Kassmann como presidente do Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha.

"Em nosso diálogo com a contraparte protestante é importante tratar de superar as diferenças entre as duas Igrejas. Se não fosse possível, existem muitos aspectos que não têm relação com a união da fé e das estruturas da Igreja, mas que são importantes para a cooperação pela paz, a justiça, o amparo da criação e a solução de problemas que requerem a ação conjunta de pessoas que acreditam na Santíssima Trindade", concluiu.