Dom José Luis Azuaje, Secretário Geral da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), assinalou que os projetos educativos que o governo está elaborando devem “defender a dignidade da pessoa humana e o crescimento pessoal”. Acrescentou que para a Igreja a educação é um assunto pastoral e não político.

Durante um recesso da 83 Assembléia Plenária Ordinária, o Prelado indicou que a CEV tem “muitas expectativas sobre as decisões” que o governo está tomando em matéria educativa. Acrescentou que “toda oportunidade que possa ter o povo venezuelano de obter conhecimentos é boa, mas deve estar vinculada ao âmbito da criação de uma consciência livre e de responsabilidade diante de a situação do país”.

Neste sentido, enfatizou que a Igreja estudará junto com a Associação Venezuelana de Educação Católica as modificações feitas pelo governo, para ver se “favorecerem a compreensão ou se são um paliativo para manter um populismo ou outra maneira de adesão no âmbito político”.

Dom Azuaje acrescentou que por sua vez a CEV elaborará um relatório sobre a atuação da Igreja no aspecto educativo. O Prelado assinalou que a Igreja atende a meio milhão de crianças e jovens em todo o país.

No que respeita à Assembléia Plenária, Dom Azauje explicou que este ano se centrou em três aspectos: direitos humanos, leis e educação, em especial a educação católica.

referente aos direitos humanos, o Prelado indicou que aos bispos preocupa “a carga de impunidade que se está vivendo no país e a direção que estão dando às investigações”. Disse que “investigam o que interessa ao regime, mas  deixam de investigar muitas coisas, como por exemplo, as mortes que ocorreram em Caracas em 11 de abril do 2002”.

Dom. Azauje declarou que a CEV também preocupa “a aprovação de um conjunto de instrumentos legais que estão na ordem do punitivo e da junta atual”.

Explicou que “a renovação do marco legal  deve se fazer com perspectiva a longo prazo e a serviço da população e não de parcialidades políticas ou de qualquer tendência ideológica”. Por isso pediu que se explique no que consistem estas modificações e o que tanto vai beneficiar ao povo.

Dom. Azauje afirmou que a Igreja no país assumirá “estas questões no âmbito  pastoral e não político, como algumas pessoas querem demonstrar”.