A Federação Espanha Educa em Liberdade exigiu ao Governo socialista retirar os "aspectos chamados educativos" que contém a reforma à lei do aborto porque vulnera o direito dos pais a decidirem a formação de seus filhos, ao pretender doutrinar ideologicamente os menores.

"O desenvolvimento supostamente educativo desta lei constitui um passo mais do projeto ideológico e cultural, de transformação da sociedade que leva a cabo o governo, iniciado, entre outras muitas disposições, pela configuração regulamentar das disciplinas de Educação para a Cidadania e vulnera, igualmente, ‘o direito que assiste aos pais para que seus filhos recebam a formação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções’", denunciou a federação em um manifesto.

O texto recordou ao Governo seu dever "de neutralidade ideológica e respeito ao direito dos pais à eleição da formação moral dos seus filhos que está amparado pela Constituição e por numerosos textos e tratados internacionais".

Os pais recordaram que a educação sexual é "um âmbito da intimidade pessoal, com evidentes implicações morais, que resulta inviolável e que o Estado não pode invadir em nenhum caso".

Também rechaçaram a intromissão no âmbito educativo por parte da lei do aborto em seus artigos 9 e 10 porque "a formação básica conceptual sobre a sexualidade humana se encontra já desenvolvida em diversas disciplinas do currículo educativo e não se apreciam motivos curriculares suficientes que justifiquem a introdução da chamada formação em saúde sexual e reprodutiva nos planos de estudo atuais".

Por isso, a federação chamou pais, professores e profissionais em saúde a não participarem deste projeto ideológico.

Indicou que "se finalmente se forem introduzidos tais ensinos no currículo, atuaremos empregando todos os meios legítimos a nosso alcance para defender os direitos e liberdades que nos assistem, pelo fato de ser pais sem excluir o recurso às ações legais oportunas e à objeção de consciência".