Ao reunir-se ontem com os participantes da sessão plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, o Papa Bento XVI alentou os crentes e não crentes a recorrerem aos ensinamentos da fé cristã, porque é uma fonte de luz para resolver a problemática bioética.

“A fé cristã oferece uma contribuição verdadeira também em âmbito ético filosófico, sem dar soluções pré-estabelecidas a problemas concretos,como a investigação e a experimentação científica, a não ser propondo perspectivas morais dentro das quais a razão humana pode encontrar soluções válidas”, afirmou.

Nesse sentido, disse que “determinou conteúdos da revelação cristã que derramam luz sobre a problemática bioética. Estes conteúdos, gravados no coração do ser humano, são compreensíveis racionalmente como elementos da lei moral natural e podem ser bem recebidos inclusive por aqueles que não se reconhecem na fé cristã”, explicou.

Bento XVI destacou a instrução “Dignitas personae” publicada pelo dicastério em 2008, a qual representava “um novo ponto firme no anúncio do Evangelho” em plena continuidade com a instrução “Donum vitae” de 1987.

O Santo Padre assinalou que em temas tão delicados como os referentes à procriação e à manipulação do embrião e do patrimônio genético humano, “o Magistério da Igreja quer brindar sua própria contribuição à formação da consciência não só dos crentes mas de quantos procuram a verdade e querem escutar argumentos que procedem da fé e também da razão”.

“Fundada na mesma natureza humana e acessível a toda criatura racional, a lei moral constitui assim a base para entrar em diálogo com todas as pessoas que procuram a verdade e, mais em geral, com a sociedade civil e secular. Esta lei, gravada em no coração de todo ser humano, toca um dos nós essenciais da reflexão sobre o direito e interpela igualmente a consciência e a responsabilidade dos legisladores”, expressou.