O total de pessoas afetadas pelo terremoto que atingiu o Haiti na tarde desta terça-feira, 12, pode chegar a 3 milhões, segundo a Cruz Vermelha Internacional. Ainda não há uma contagem oficial de mortos, mas segundo o primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, o número de mortes se estima vários milhares, informou hoje Canção Nova Notícias.
O tremor, de 7 graus na escala Richter, atingiu principalmente a capital haitiana Porto Príncipe. O terremoto também foi sentido em Cuba, na Jamaica e nas Bahamas.

"É difícil estimar com precisão o número de vítimas, quantas construções desmoronaram com os habitantes no interior", afirmou Bellerive.
"Espero que isso não seja verdade, espero que muita gente tenha tido tempo de sair, mas tantos, tantos edifícios foram totalmente destruídos. Em alguns bairros não se vê ninguém, não sei para onde foram essas pessoas", acrescentou o primeiro-ministro.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou hoje, que o terremoto ocorrido ontem no Haiti é "uma tragédia de proporções ainda não avaliadas" e que há grande preocupação do governo brasileiro com a situação do povo haitiano e dos brasileiros que estão no país.

Brasileiros falecidos

Já foi confirmada a morte de 11 militares brasileiros integrantes da Minustah, a força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no país. O Brasil comanda a Minustah e conta com 1,2 mil dos 7 mil soldados que integram a força no país. Também foi confirmada a morte de soldados jordanianos e chineses.

Entre as vítimas brasileiras, está a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, que morreu sob os escombros de um prédio que caiu enquanto ela caminhava por uma rua de Porto Príncipe. Ela era irmã do Arcebispo Emérito de São Paulo, o Cardeal Paulo Evaristo Arns.

Em nota oficial de imprensa a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – disse que “recebeu, com dor profunda, a notícia da morte da Drª Zilda Arns, médica pediatra, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, ocorrida na terça-feira, 12 de janeiro, vítima do trágico terremoto que se abateu sobre o Haiti. Drª Zilda devotou-se, com amor apaixonado, à defesa da vida, da família e, de modo muito especial, ao cuidado das crianças empobrecidas”, afirmou a CNBB.

O governo brasileiro também anunciou o envio de uma ajuda de US$ 10 milhões para o Haiti, além de 28 toneladas de alimentos e de água para as vítimas. Em nota oficial o presidente Luis Inácio se disse
"profundamente consternado com a tragédia que atingiu o Haiti, ao qual nos sentimos vinculados fraternalmente em razão da presença da Força de Paz liderada pelo Brasil”, transmitindo também seu pesar e total solidariedade “ao povo haitiano e à família das vítimas brasileiras, civis e militares, em especial à de Zilda Arns, coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa e conselheira do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social".

A Rádio Vaticano deu a conhecer que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sensibilizada pelo ocorrido enviou o secretário-geral do organismo, Dom Dimas Lara Barbosa, para Porto Príncipe, num vôo da Força Aérea Brasileira (FAB), que disponibilizou hoje, oito aviões com o objetivo de ajudar as vítimas do terremoto neste país que é o mais pobre do continente americano.

Por sua parte o Santuário Nacional de Aparecida ainda informa que a missa das 9h de amanhã (14) terá como intenção especial a alma da Dra. Zilda, dos militares brasileiros que também faleceram, e demais vítimas do terremoto no Haiti.