ROMA, 13 de jan de 2010 às 05:28
Nem os controles policiais nem a intensa nevada impediram que milhares de fiéis provenientes de diferentes parte da China fossem ao funeral do Dom Leo Yao Liang, Bispo Auxiliar de Siwantze, quem em várias ocasiões foi encarcerado pelo regime comunista por permanecer fiel à Igreja e ao Papa.
Segundo a agência vaticana Fides, as autoridades chinesas proibiram a comunidade católica de honrar o Prelado de 86 anos com o título de "Bispo", impondo que se usasse o nome de "pastor clandestino".
"Na manhã de 6 de janeiro, milhares de fiéis, provenientes de várias partes do país, participaram de seu funeral apesar dos controles da polícia e a abundante nevada, demonstrando assim Dom Yao foi realmente um bom pastor, que deu a vida por suas ovelhas", expressou Fides.
Sua vida
Dom Yao nasceu em 11 de Abril de 1923 no povo de Gonghui, da região de Zhangbei. Foi ordenado sacerdote em 1 de agosto de 1948. Entretanto, ao tomar os comunistas o controle do país, foi-lhe negado exercer seu ministério e teve que dedicar-se a cultivar hortaliças e vender madeira para ganhar o sustento.
Em 1956 foi condenado a trabalhos forçados por negar-se a ingressar na igreja patriótica, controlada pelo Governo. Dois anos depois lhe impuseram a cadeia perpétua pelo mesmo "crime" de ser fiel ao Papa e à Igreja.
Logo depois de ser liberado em 1984, depois de quase 30 anos da prisão, foi ordenado bispo em 19 de fevereiro de 2002. Em julho do 2006 foi seqüestrado pela polícia e permaneceu trinta meses na prisão.
Uma vez liberado, mas sempre sob estreita vigilância, pôde dedicar-se às necessidades da diocese não obstante todas as dificuldades. Cada semana mais de mil fiéis o acompanhavam na Missa dominical.
Dom Yao Liang faleceu em 30 de dezembro de 2009 à idade de 86 anos.