O Arcebispo da Kuala Lumpur (Malásia), Dom Murphy Pakian, assinalou que logo depois dos ataques perpetrados a três Iglesias no país por parte de extremistas islâmicos como resultado da controvérsia no uso da palavra "Alá" por parte de católicos, os cristãos "rezam e mantêm a calma sem responder às provocações".

Conforme indica a agência vaticana Fides, Dom Pakian assinalou que os cristãos "condenamos qualquer forma de violência e a todos aqueles que procuram criar desordem na sociedade e conflitos entre as comunidades religiosas" e precisou que "muitos grupos importantes de muçulmanos se uniram a nós na condenação da violência e nos manifestaram solidariedade".

Entre estes grupos se encontra o PS (Party Islã Se-malaysia), "influente partido islâmico malaia, que desalentou qualquer tipo de protesta sublinhando como a palavra ‘Alá’ é parte da tradição teológica das três religiões monoteístas abraâmicas: hebraísmo, islã e cristianismo".

Do mesmo modo, o Prelado mencionou que "a Igreja, com o recurso à Corte Suprema quis fazer valer suas razões, apelando à Constituição federal da Malásia, que permite a liberdade de culto e de religião".

"Em malaio só existe o término ‘Alá’ para referir-se a Deus, e, portanto é inconstitucional aplicar restrições lingüísticas ou de culto aos cristãos malaios que se expressam em idioma malaio", esclareceu.

O Arcebispo de Kuala Lumpur indicou também o desejo dos cristãos de "ser uma comunidade que viva o diálogo e difunda a paz no país" e assinalou que "é verdade que estes episódios e a controvérsia sobre o término ‘Alá’ poderiam ter repercussões desfavoráveis no diálogo islâmico-católico. Será necessário tempo e de muita paciência para superar este contratempo".