Em um esforço por distanciar-se das más condutas de seu fundador, a Legião de Cristo circulou recentemente um memorando interno no qual explica que um livro espiritual atribuído ao Pe. Marcial Maciel, é em realidade um texto originalmente produzido por um pouco conhecido autor espanhol.

"O Saltério de meus dias", segundo a tradição dos legionários, considerava-se como um escrito do período de "grande bênção" (1956-1959), quando o P. Maciel foi submetido a um processo canônico no Vaticano do qual finalmente foi exonerado.

O memorando interno revela que o texto, muito popular entre a Legião em seu original em espanhol e parcialmente traduzido ao inglês para o uso interno, está "apoiado" no pequeno trabalho de um político católico espanhol, Luis Lucía.

No livro titulado "O Saltério de minhas horas", Lucía escreveu suas experiências durante a perseguição do governo comunista durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e durante o governo nacionalista de Francisco Franco, quem o condenou a morte, mas logo mudou a sua pena à cadeia perpétua.

Acredita-se que Lucía, escritor de distintos livros políticos e espirituais, teria escrito "O Saltério de minhas horas" nos anos ‘30s. Foi liberado da prisão em que estava encarcerado em 1941 e morreu em Valência em 1943.

Depois de ter estado no esquecimento, "O Saltério de minhas horas" foi publicado em Valência em 1956. Esta seria a edição que o P. Marcial Maciel poderia ter lido na Espanha.

Apesar de que o memorando interno da Legião de Cristo não descreve a cópia do Pe. Maciel como "plágio", um membro espanhol dos legionários declarou à agência Catholic News Agency que a versão do fundador reproduz "80 por cento do livro original em conteúdo e estilo".