Uma proeminente coalizão de mais de 150 líderes cristãos: bispos católicos, ministros evangélicos e diversos acadêmicos assinaram a "Declaração de Manhattan", um manifesto no qual insistem a defender a sacralidade da vida humana, o matrimônio e a liberdade religiosa.

Esta declaração dada a conhecer recentemente é um "forte chamado" aos cristãos dos Estados Unidos para aderir-se à mesma e informa às autoridades civis que os assinantes "sob nenhuma circunstância" abandonarão sua consciência cristã.

"Somos cristãos os que nos reunimos indo além das linhas das diferenças eclesiásticas para afirmar nosso direito –e o que é mais importante, sublinhar nossa obrigação– de falar e atuar em defesa destas verdades. Assinalamos aos nossos irmãos crentes que nenhum poder da terra, cultural ou político, intimidar-nos-á com o silêncio ou a aquiescência", diz a declaração.

Os assinantes explicam que reconhecem "o dever de cumprir com as leis (…) a menos que estas normas sejam gravemente injustas ou requeiram que quem as cumpra façam algo injusto ou imoral".

Deste modo precisam que "não cumpriremos nenhuma norma que obrigue as nossas instituições a participar de abortos, investigações que destruam embriões, suicídio assistido e eutanásia, ou qualquer ato anti-vida; tampouco abençoaremos uniões imorais que queiram equiparar-se ao matrimônio, nem nos calaremos para proclamar a verdade, que conhecemos, sobre a moralidade e a imoralidade, do matrimônio e a família".

"Sempre e totalmente daremos a César o que é de César, mas sob nenhuma circunstância daremos ao César o que é de Deus", precisam.

Depois de denunciar a política abortista do governo, recordam a necessidade de custodiar o matrimônio que é a união para sempre entre um homem e uma mulher sobre a qual se funda a autêntica família.

Sobre esta declaração o vaticanista italiano Sandro Magister assinala que "não cai no ar mas em um momento crítico para a sociedade e a política dos Estados Unidos: precisamente enquanto a administração de Barack Obama está empenhada em excesso em fazer acontecer um plano de reforma da atenção de saúde nos Estados Unidos".

"Defendendo a vida humana desde a concepção e o direito à objeção de consciência, o chamado responde dois pontos postos em perigo pelo projeto de reforma atualmente em discussão no Senado", acrescenta.

Sobre a reforma debatida no Congresso, Magister assinala que "o perigo foi destampado graças a uma premente ação de lobby conduzida em plena luz do dia pelo episcopado católico. Depois que o voto final tinha garantido tanto o direito à objeção de consciência assim como o bloqueio de qualquer financiamento público ao aborto, a conferência episcopal tinha reivindicado este resultado como um ‘triunfo’".

"Mas agora –prossegue– no Senado a batalha tornou a começar do início, sobre um texto base que de novo a Igreja julga inaceitável. A Conferência Episcopal já dirigiu aos senadores uma carta indicando as modificações que queria que fossem contribuídas a todos os pontos controvertidos".

Entre os assinantes desta declaração estão o Arcebispo de Filadélfia, Cardeal Justin Rigali, o Arcebispo Emérito de Detroit, Cardeal Adam Maida; o Arcebispo de Denver, Dom Charles Chaput, o Arcebispo de Nova Iorque, Dom Timothy Doam; o Arcebispo de Washington, Dom Donald Wuerl, e outros 9 bispos católicos mais.

Também assinaram a declaração: o metropolita Jonah Paffhausen, primado da igreja ortodoxa dos Estados Unidos, Peter Akinola, primado da igreja anglicana da Nigéria; o Dr. James Dobson, fundador da Focus on the Family (Enfoque à Família); o Dr. William Donohue, Presidente da Catholic League; Robert Duncan, primado da igreja anglicana da América do Norte; o Pe. Joseph D. Fessio, fundador e editor da Ignatius Press; William Owens, diretor da Coalizão de Pastores Afro-americanos; entre outros.

Para ler um resumo do manifesto e a análise completa do vaticanista Sandro Magister, o leitor pode ingressar em:
http://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/1341135?sp=e  

A declaração completa, em inglês, com a possibilidade de assiná-la: http://manhattandeclaration.org/