O jornal oficioso do Vaticano, o L’Osservatore Romano (LOR), dedica em sua edição de hoje diversos artigos para recordar o 50° aniversário do filme "Ben Hur", concluído em 18 de novembro de 1959, protagonizada por Charlton Heston, e que fora o primeiro em ganhar 11 prêmios da Academia.

Em um artigo titulado "Hollywood em Roma para uma história cristã", LOR explica que esta produção foi filmada nos estudos de Cinecittá sob a direção de William Wyler, que "era um grande perito da transposição" com o qual obteve "não fazer sentir o peso da novela original", escrita por Lew Wallace em 1880.

Em Ben Hur, diz o jornal vaticano, pode-se apreciar a habilidade de Wyler "em uma das melhores qualidades do filme, quer dizer, no equilibro entre a história e as lutas pessoais dos personagens: a relação de irmandade que vai se quebrando pelas razões de estado que une o protagonista com o tribuno romano Messala, o momento culminante de seu encontro com a mãe e a irmã doentes de lepra, o amor platônico pela filha de um servo, o grande retorno à casa natal logo depois de anos de escravidão".

"Todos estes episódios de atmosfera intimista (entre os quais também se pode ver a conversão do Ben Hur ao cristianismo) geram um espaço incomum no contexto de um filme destas proporções”, diz o artigo logo e assinala que esta obra “ não será menos recordada por suas dimensões espetaculares".

Recordando logo ao autor da novela Lew Wallace, LOR afirma que o livro "esteve durante anos entre os mais vendidos do mundo e garantiu ao autor uma fama comparável solo a de alguns poucos escritores".

"Uma riqueza em particular acompanha o leitor das primeiras páginas dedicadas ao encontro entre os três Reis Magos. Não se trata apenas da mostra de uma erudição certamente presente, mas também do desejo de acompanhar o leitor a um lugar em um lugar e tempo longínquos, definindo seus contornos. Assim Wallace não só dita os cânons da moderna novela histórica mas se aproxima surpreendentemente à antropologia cultural", diz o texto.

LOR também dedica tempo para recordar o protagonista do filme, Charlton Heston, quem esteve casado durante 64 anos, "todo um recorde para Hollywood", com Lydia Marie Clarke a quem se uniu em 17 de março de 1944 e com quem teve dois filhos: Fraser e Holly.

Este amor matrimonial, fez que personagens como Kirk Douglas dissessem "nem Ava Gardner, nem Sophia Loren o distraíram. Ele só tinha olhos para Lydia".