Em um artigo recentemente publicado na página da Arquidiocese do Rio, D. Dom Orani João Tempesta fez uma exortação ao silêncio que favorece o encontro com Deus, em uma sociedade repleta do “barulho ensurdecedor de uma cultura que, procurando fugir de si, muitas vezes se refugia no torpor de uma situação que a faz procurar esquecer os problemas de cada dia”.

No contexto do retiro do clero da arquidiocese D. Orani ofereceu aos fiéis algumas reflexões chamando a atenção para o fato de que “vivemos hoje em um mundo cercado por sons e ruídos, e por esse fato é muito difícil experimentar o silêncio”.
“Somos impulsionados pela busca incessante de dinheiro; corremos sem cessar para acumular bens, e, nessa busca, somos envolvidos pelo barulho dos carros, máquinas, fax, campainhas, buzinas, rádio, TV, telefone celular, músicas estridentes, agitações e gritos”, denunciou.

Fazendo referência ao recente “blackout” ocorrido, entre outras cidades, na capital carioca, o Arcebispo precisou como “dias atrás, com o “apagão” em grande parte do Brasil, muitos ficaram sem saber o que fazer sem poder acessar a internet, ver televisão e sem utilizar-se do celular. Desaprendemos a conversa em família e muito mais ainda o silêncio. Interessante observar como nos tornamos escravos dos sons e como as pessoas parecem ter necessidade do barulho”.
“Quantos ficam como que anestesiados pelo barulho de baterias, guitarras, gritos e agitações que lhes envolve o corpo e a alma?”, questionou D. Tempesta.

O Arcebispo enfatizou que “o silêncio é necessário para nosso equilíbrio e principalmente para nos encontrarmos com Deus e conosco mesmos”.
“Jesus é muito claro quando nos ensina a necessidade da oração interior: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai que está escondido. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa. Quando orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. (...)
Essas são palavras divinas que ressaltam a importância do silêncio para que a figura do Pai possa resplandecer em nós”, continuou.

O Arcebispo advertiu também que “esse estar com o Pai nada mais é do que a oração de quietude, na qual há plena alegria tão somente de estarmos diante do nosso Deus e Pai”.
“Nestas duas semanas nas quais dois grupos de nosso clero arquidiocesano se “retiram” para esse tempo de revisão de vida, oração e partilha dentro do ano sacerdotal, um dos passos importantes será, sem dúvida, esse encontro com Deus no silêncio de nossos corações”, exortou o prelado.

Finalmente, Dom Orani João Tempesta afirmou que “o silêncio cristão é pleno da Palavra de Deus e ilumina as nossas vidas”.
“Na busca do silêncio cristão que nos leva à contemplação das verdades eternas e na busca do rosto de Deus devemos conscientizar-nos sobre a importância do silêncio para a oração e para a vida”, concluiu.

Para ver na íntegra o artigo de Dom Orani, visite a página do Arcebispado do Rio em:
http://www.arquidiocese.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2471&sid=21