ROMA, 17 de nov de 2009 às 03:36
Um segundo livro de homilias do Papa Bento XVI, cobrindo o Ano litúrgico do ciclo "B" foi publicada na Itália pela editorial Scheiwiller. Ao igual à primeira coleção de homilias –cuja venda em italiano foi um êxito- a segunda edição foi compilada e revisada pelo reconhecido vaticanista italiano Sandro Magister.
O novo livro contém, 13 homilias mais que o anterior, ou seja, 40 em total e estão publicadas em mais de 300 páginas. Inclui-se também reflexões sobre o Evangelho pronunciadas pelo Santo Padre entre o Advento de 2008 e a missa de inauguração do Sínodo da África.
No prefácio do livro, Magister assinala que "as homilias são um sinal distintivo do pontificado de Bento XVI, que é também, talvez, o menos chamativo e menos entendido, mas certamente o mais relevante. O Papa as escreve em boa parte de seu punho e letra, em partes as improvisa, mas o que sim é seguro é o mais genuíno que emerge de sua mente. A elas se dedica de modo preponderante e crescente".
Para o Papa Bento XVI, explica o vaticanista, "a homilia é parte integrante do rito litúrgico, sacramental. E este é um ato que realmente introduz ao hoje de Deus, faz partícipes de sua gesta salvífica acontecida na história uma vez para todos".
Seguidamente comenta que os grandes mestres que o Santo Padre "escolheu como seus mestres" da homilia são o Papa Leão Magno, os bispos São Cirilo de Jerusalém, São Ambrosio de Milão, Santo Agustinho, e o venerável Beda, "todos eles mestres do ‘realismo’, como os definiu".
Depois de assinalar que a teologia do Papa "que se reflete em suas homilias, não tem nada de evanescente", Magister comenta que "como todas as narrações, a liturgia cristã e a homilia têm uma parte central: a Páscoa de Jesus, sua paixão, morte e ressurreição. O domingo é o dia desta Páscoa semanal, o ‘dia do Senhor’".
O Ano Litúrgico, explica o vaticanista italiano, "mostra de domingo em domingo a grande narração do ‘novo e eterno testamento’ do qual fala a prece central da Missa, quer dizer o indissolúvel legado nupcial entre Deus e a humanidade. O Advento, o Natal, a Epifania, o Batismo do Jesus, a Quaresma, a Semana Santa, a Ascensão, Pentecostes, são a trama desta história convertida ‘segundo as escrituras’, criada pela potência da Palavra de Deus".
Magister explica também que este segundo livro de homilias recolhe as que começam com o primeiro domingo de Advento em 2008 e que o Papa foi pronunciando em 2009 em Roma, Castel Gandolfo, Cassino, São Giovanni Rotondo, Aosta e Viterbo. E fora da Itália também: Camarões, Angola, Jerusalém, Belém e República Tcheca.
Depois de comentar que devido à diferença de tempo entre a Europa e América muitos sacerdotes no segundo continente têm nas manhãs as homilias do Papa disponíveis para fazer suas próprias reflexões dominicais, Magister assinala que isto é um claro sinal de que Bento XVI é um grande "liturgo e homileta".
Esta afirmação vê respaldada, diz o vaticanista na parte final do prefácio, por isso disse o Santo Padre em uma homilia da festa de São Pedro e São Paulo: "quando o mundo em seu conjunto tenha se convertido em liturgia de Deus, quando em sua realidade se converta em adoração, então terá chegado à sua meta, então será são e salvo. E este é o objetivo último da missão apostólica. A tal ministério o Senhor nos chama".